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IPCA fica abaixo do esperado em novembro
Índice avança 0,31%, ante uma expectativa de 0,36%; alimentos respondem pela maior parte da pressão no índice
No acumulado de 2006, indicador registra alta de 2,65%; previsão é que taxa
do ano seja a menor desde 1998, sob impacto do câmbio
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), usado como referência para balizar as
metas de inflação, registrou alta de 0,31% em novembro, influenciada pela entressafra de
produtos agrícolas. Em outubro, o índice havia subido
0,33%. O resultado ficou abaixo
das projeções dos analistas, que
previam alta de 0,36%.
Os alimentos registraram alta de 1,05% e representaram
70% da taxa do mês. O tomate
subiu 29,63%, o arroz, 5,32%, e
a farinha de trigo, 5,18%.
Segundo a coordenadora do
Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a alta
dos alimentos é passageira e alguns produtos já deram sinais
de desaceleração, como o frango, que passou de variação de
11,22% em outubro para 5,77%
no mês passado.
Além dos alimentos, o cigarro pressionou a inflação, com
alta de 4,63%, por conta de reajustes em Porto Alegre, São
Paulo e Curitiba. Outros itens
contribuíram para a alta, como
vestuário (0,65%) e plano de
saúde (0,75%). O desempenho
dos alimentos minimizou o impacto da queda dos preços de
combustíveis, como álcool
(-0,86%) e gasolina (-0,17%). A
energia elétrica ficou 0,57%
mais barata e os preços do remédios caíram 0,17%.
Ano
O IPCA encerrará 2006 com
a menor taxa acumulada desde
1998, quando o indicador havia
apurado alta de 1,65%. A taxa
acumulada até novembro registra alta de 2,65%. Segundo o
IBGE, o principal responsável
pelo comportamento moderado da inflação foi a apreciação
do real, com impacto significativo nos preços de alimentos e
eletrodomésticos.
A meta fixada pelo Banco
Central para este ano e para o
próximo é de 4,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou
para baixo. "A inflação foi bastante influenciada pelo dólar,
que facilitou muito a importação de produtos. De outro lado,
houve uma safra relativamente
grande, 3% maior do que a do
ano passado, e sem a ocorrência de problemas climáticos
graves", afirmou Santos.
Para Marcela Prada, analista
da Tendências, o dólar aumentou a concorrência de bens de
consumo duráveis com importados e afetou o comportamento de produtos cotados no mercado internacional.
"Houve apreciação do real
durante vários meses. Para o
próximo ano, a taxa deve estabilizar, mas não há grandes riscos de alta da inflação porque
não há excesso de oferta nem
de demanda."
Segundo analistas, os resultados de novembro reforçam as
expectativas de inflação novamente abaixo do centro da meta em 2007.
"O resultado mostra que o
BC não tem motivo para reduzir o ritmo de cortes nos juros",
disse Carlos Thadeu de Freitas,
professor do Ibmec.
INPC
A inflação dos mais pobres,
medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), acumula alta de 2,18% no
ano. Os produtos alimentícios
têm maior na cesta de produtos
das famílias com renda de um a
seis salários mínimos.
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