São Paulo, sábado, 09 de dezembro de 2006

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IPCA fica abaixo do esperado em novembro

Índice avança 0,31%, ante uma expectativa de 0,36%; alimentos respondem pela maior parte da pressão no índice

No acumulado de 2006, indicador registra alta de 2,65%; previsão é que taxa do ano seja a menor desde 1998, sob impacto do câmbio


JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), usado como referência para balizar as metas de inflação, registrou alta de 0,31% em novembro, influenciada pela entressafra de produtos agrícolas. Em outubro, o índice havia subido 0,33%. O resultado ficou abaixo das projeções dos analistas, que previam alta de 0,36%.
Os alimentos registraram alta de 1,05% e representaram 70% da taxa do mês. O tomate subiu 29,63%, o arroz, 5,32%, e a farinha de trigo, 5,18%.
Segundo a coordenadora do Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a alta dos alimentos é passageira e alguns produtos já deram sinais de desaceleração, como o frango, que passou de variação de 11,22% em outubro para 5,77% no mês passado.
Além dos alimentos, o cigarro pressionou a inflação, com alta de 4,63%, por conta de reajustes em Porto Alegre, São Paulo e Curitiba. Outros itens contribuíram para a alta, como vestuário (0,65%) e plano de saúde (0,75%). O desempenho dos alimentos minimizou o impacto da queda dos preços de combustíveis, como álcool (-0,86%) e gasolina (-0,17%). A energia elétrica ficou 0,57% mais barata e os preços do remédios caíram 0,17%.

Ano
O IPCA encerrará 2006 com a menor taxa acumulada desde 1998, quando o indicador havia apurado alta de 1,65%. A taxa acumulada até novembro registra alta de 2,65%. Segundo o IBGE, o principal responsável pelo comportamento moderado da inflação foi a apreciação do real, com impacto significativo nos preços de alimentos e eletrodomésticos.
A meta fixada pelo Banco Central para este ano e para o próximo é de 4,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. "A inflação foi bastante influenciada pelo dólar, que facilitou muito a importação de produtos. De outro lado, houve uma safra relativamente grande, 3% maior do que a do ano passado, e sem a ocorrência de problemas climáticos graves", afirmou Santos.
Para Marcela Prada, analista da Tendências, o dólar aumentou a concorrência de bens de consumo duráveis com importados e afetou o comportamento de produtos cotados no mercado internacional.
"Houve apreciação do real durante vários meses. Para o próximo ano, a taxa deve estabilizar, mas não há grandes riscos de alta da inflação porque não há excesso de oferta nem de demanda."
Segundo analistas, os resultados de novembro reforçam as expectativas de inflação novamente abaixo do centro da meta em 2007.
"O resultado mostra que o BC não tem motivo para reduzir o ritmo de cortes nos juros", disse Carlos Thadeu de Freitas, professor do Ibmec.

INPC
A inflação dos mais pobres, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), acumula alta de 2,18% no ano. Os produtos alimentícios têm maior na cesta de produtos das famílias com renda de um a seis salários mínimos.


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