São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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Vale pára mais duas unidades

Empresa diz que há uma "contração sem precedentes da demanda global"

Com a queda da demanda das siderúrgicas mundiais, especialmente das chinesas, a companhia começou a tomar medidas de ajuste


DA SUCURSAL DO RIO

Afetada pela crise global, a Vale anunciou ontem mais um corte de produção. A mineradora paralisou duas unidades de pelotas de minério de ferro no porto de Tubarão, no Espírito Santo, com capacidade total de 7,3 milhões de toneladas anuais.
Segundo a Vale, "a decisão de reduzir a produção de pelotas deve-se à contração sem precedentes da demanda global por minério de ferro e pelotas".
Há um mês, a mineradora já havia suspendido a produção de pelotas em outras duas unidades, também em Tubarão. Duas plantas da joint venture Samarco -na qual a mineradora possui 50% do capital- também sofreram paradas. Ao todo, houve um corte na fabricação de 23 milhões de toneladas de pelotas.
Para a Vale, tais decisões são necessárias em face da "severa" recessão que atinge o mundo e do cenário de imprevisibilidade do consumo. "Diante da severidade da recessão global e das incertezas sobre a evolução futura da demanda, a Vale continuará a administrar sua produção de acordo com as condições de mercado prevalecentes no curto prazo", disse a companhia, em nota.
Pressionada pela forte queda da demanda das siderúrgicas mundiais, especialmente das chinesas, a Vale começou a tomar medidas para ajustar a sua produção ao novo cenário.
Em novembro, a mineradora cortou a extração de 30 milhões de toneladas de minério de ferro em Minas Gerais e reduziu a produção de níquel na Indonésia e na China e de alumínio no Brasil, entre outras ações.
Como conseqüência, a empresa anunciou na semana passada a demissão de 1.300 empregados no mundo e colocou em férias coletivas outros 5.500 trabalhadores, a maior parte de Minas Gerais.
Também na semana passada, a Vale divulgou cortes de produção na Inco Vale, subsidiária adquirida no final de 2006. A empresa fechou uma mina de níquel "por tempo indeterminado" e anunciou a paralisação de outra em junho de 2009. Ambas ficam no Canadá.
A mineradora também postergou por um ano o investimento em uma nova mina de níquel naquele país, que consumirá investimentos de US$ 814 milhões -dos quais US$ 138 milhões em 2009.


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