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Após prejuízo, Sadia reduz exposição cambial
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Sadia reduziu sua exposição cambial em US$ 300 milhões na última semana. Agora,
a empresa tem em aberto US$
678 milhões, o equivalente a
menos de três meses de suas
exportações. A Sadia fez operações financeiras atreladas ao
dólar para se proteger contra o
fortalecimento do real. Com a
alta súbita do dólar, a Sadia teve
prejuízo de R$ 640 milhões e tinha posição exposta de US$ 2,3
bilhões, em setembro.
"Temos feito um esforço diário de redução da exposição
cambial", afirma Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia. "Estamos enquadrados na política da empresa em relação à exposição ao
câmbio comparado ao número
de meses de exportações."
A empresa também anunciou ontem que fará paradas
técnicas no primeiro trimestre,
para adequação dos estoques
de exportação à demanda do
mercado. Ainda não há definição do número de dias, de funcionários, nem das linhas e fábricas que serão afetados.
Segundo a Abef (Associação
Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos), as empresas do setor reduzirão em
20% a produção, no primeiro
trimestre de 2009, para se adequar à nova realidade do mercado. Para Furlan, no entanto,
2009 trará aumento no volume
de vendas. "Com a redução do
crédito, o consumidor passa a
ter o bolso menos concorrido e
privilegia a alimentação e as
necessidades básicas", diz ele.
Com relação à capitalização
da Sadia com a venda de parte
da empresa a investidores, Furlan diz ter sido procurado por
pelo menos 18 fundos de investimento interessados no negócio. Ele afirma, no entanto, que
a venda não é uma prioridade
imediata, uma vez que a empresa não tem necessidade de caixa de curtíssimo prazo.
"A Sadia não está à venda",
diz ele. Furlan admitiu, no entanto, que a empresa precisará
se capitalizar para tocar investimentos e não afetar seu crescimento futuro.
A empresa espera anunciar,
nos próximo dias, o nome do
novo diretor financeiro. Adriano Ferreira, que ocupava a posição até setembro, foi demitido após o prejuízo milionário.
O executivo se reportará a Gilberto Tomazoni, presidente da
Sadia, e não mais ao conselho.
Além disso, a gerência de risco,
que até então também respondia ao diretor financeiro, passará a se reportar às presidências
do conselho e executiva.
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