São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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Após prejuízo, Sadia reduz exposição cambial

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Sadia reduziu sua exposição cambial em US$ 300 milhões na última semana. Agora, a empresa tem em aberto US$ 678 milhões, o equivalente a menos de três meses de suas exportações. A Sadia fez operações financeiras atreladas ao dólar para se proteger contra o fortalecimento do real. Com a alta súbita do dólar, a Sadia teve prejuízo de R$ 640 milhões e tinha posição exposta de US$ 2,3 bilhões, em setembro.
"Temos feito um esforço diário de redução da exposição cambial", afirma Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia. "Estamos enquadrados na política da empresa em relação à exposição ao câmbio comparado ao número de meses de exportações."
A empresa também anunciou ontem que fará paradas técnicas no primeiro trimestre, para adequação dos estoques de exportação à demanda do mercado. Ainda não há definição do número de dias, de funcionários, nem das linhas e fábricas que serão afetados.
Segundo a Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos), as empresas do setor reduzirão em 20% a produção, no primeiro trimestre de 2009, para se adequar à nova realidade do mercado. Para Furlan, no entanto, 2009 trará aumento no volume de vendas. "Com a redução do crédito, o consumidor passa a ter o bolso menos concorrido e privilegia a alimentação e as necessidades básicas", diz ele.
Com relação à capitalização da Sadia com a venda de parte da empresa a investidores, Furlan diz ter sido procurado por pelo menos 18 fundos de investimento interessados no negócio. Ele afirma, no entanto, que a venda não é uma prioridade imediata, uma vez que a empresa não tem necessidade de caixa de curtíssimo prazo.
"A Sadia não está à venda", diz ele. Furlan admitiu, no entanto, que a empresa precisará se capitalizar para tocar investimentos e não afetar seu crescimento futuro.
A empresa espera anunciar, nos próximo dias, o nome do novo diretor financeiro. Adriano Ferreira, que ocupava a posição até setembro, foi demitido após o prejuízo milionário. O executivo se reportará a Gilberto Tomazoni, presidente da Sadia, e não mais ao conselho. Além disso, a gerência de risco, que até então também respondia ao diretor financeiro, passará a se reportar às presidências do conselho e executiva.


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