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Grupo de jornais dos EUA pede concordata
Dono do "Los Angeles Times" e "Chicago Tribune", conglomerado deve US$ 13 bi
Crise agrava queda na circulação e na publicidade nos títulos do grupo Tribune, que já demitiu centenas de funcionários
DA REDAÇÃO
O grupo Tribune, dono de
dois dos maiores jornais americanos, o "Los Angeles Times" e
o "Chicago Tribune", entrou
ontem com um pedido de concordata, expondo ainda mais os
problemas do setor nos Estados Unidos, com queda de vendas e publicidade.
O Tribune, que foi adquirido
no ano passado por US$ 8,2 bilhões pelo bilionário do setor
imobiliário Sam Zell, afirmou
ter dívidas de quase US$ 13 bilhões, ante US$ 7,6 bilhões em
ativos. A maior parte dessa dívida foi adquirida quando Zell
comprou a empresa.
"Fatores além do nosso controle criaram uma tempestade
perfeita -um declínio abrupto
da receita e uma economia em
dificuldade associados com
uma crise de crédito que tornou extremamente difícil sustentar nosso passivo", afirmou
Zell, em nota. O bilionário é dono de 19% das ações da construtora brasileira Gafisa.
Um dos maiores grupos de
comunicação dos EUA, com 12
jornais e 23 estações de TV e
presença em quase todas as
principais cidades, o Tribune,
fundado em 1847, recorreu ao
capítulo 11 da lei de falências,
que permite que a empresa
continue operando enquanto
reestrutura a sua dívida, ao
mesmo tempo que a protege de
credores e possíveis ações judiciais. O mesmo capítulo foi usado pelas companhias aéreas
dos EUA durante a crise do setor após o 11 de Setembro.
Um dos temores sobre a empresa é que ela não tenha dinheiro em caixa suficiente para
cobrir os cerca de US$ 1 bilhão
em pagamento de juros que
vencem neste ano e a dívida de
US$ 512 milhões em junho.
Uma das expectativas do grupo era a venda do Chicago
Cubs, um dos times de beisebol
mais tradicionais dos EUA,
mas, com a crise da economia, o
negócio não foi fechado. Estima-se que a venda do clube sairia por cerca de US$ 1 bilhão.
Mas o negócio, que era previsto
para ocorrer no meio deste ano,
só deve sair no ano que vem.
Os problemas da empresa se
aceleraram nos últimos meses,
com a queda da receita com publicidade. No terceiro trimestre, elas recuaram 18% nos jornais, que enfrentam cada vez
mais a concorrência da internet. Ao mesmo tempo, a circulação de jornais nos EUA caiu
4,6% entre abril e setembro na
comparação com o mesmo período do ano passado. A do "Los
Angeles Times" caiu 5,20%, e a
do "Chicago Tribune", 7,75%.
Em mais um indicador dos
problemas do setor, os donos
do "New York Times" pretendem levantar até US$ 225 milhões, usando como garantia o
prédio do jornal em Manhattan. Eles já contrataram um escritório para ajudar com negócio, em que poderia hipotecar o
edifício ou realizar uma venda
em que manteria o uso por
meio de um leasing.
Com o "New York Times" e agências internacionais
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