São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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Grupo de jornais dos EUA pede concordata

Dono do "Los Angeles Times" e "Chicago Tribune", conglomerado deve US$ 13 bi

Crise agrava queda na circulação e na publicidade nos títulos do grupo Tribune, que já demitiu centenas de funcionários

DA REDAÇÃO

O grupo Tribune, dono de dois dos maiores jornais americanos, o "Los Angeles Times" e o "Chicago Tribune", entrou ontem com um pedido de concordata, expondo ainda mais os problemas do setor nos Estados Unidos, com queda de vendas e publicidade.
O Tribune, que foi adquirido no ano passado por US$ 8,2 bilhões pelo bilionário do setor imobiliário Sam Zell, afirmou ter dívidas de quase US$ 13 bilhões, ante US$ 7,6 bilhões em ativos. A maior parte dessa dívida foi adquirida quando Zell comprou a empresa.
"Fatores além do nosso controle criaram uma tempestade perfeita -um declínio abrupto da receita e uma economia em dificuldade associados com uma crise de crédito que tornou extremamente difícil sustentar nosso passivo", afirmou Zell, em nota. O bilionário é dono de 19% das ações da construtora brasileira Gafisa.
Um dos maiores grupos de comunicação dos EUA, com 12 jornais e 23 estações de TV e presença em quase todas as principais cidades, o Tribune, fundado em 1847, recorreu ao capítulo 11 da lei de falências, que permite que a empresa continue operando enquanto reestrutura a sua dívida, ao mesmo tempo que a protege de credores e possíveis ações judiciais. O mesmo capítulo foi usado pelas companhias aéreas dos EUA durante a crise do setor após o 11 de Setembro.
Um dos temores sobre a empresa é que ela não tenha dinheiro em caixa suficiente para cobrir os cerca de US$ 1 bilhão em pagamento de juros que vencem neste ano e a dívida de US$ 512 milhões em junho.
Uma das expectativas do grupo era a venda do Chicago Cubs, um dos times de beisebol mais tradicionais dos EUA, mas, com a crise da economia, o negócio não foi fechado. Estima-se que a venda do clube sairia por cerca de US$ 1 bilhão. Mas o negócio, que era previsto para ocorrer no meio deste ano, só deve sair no ano que vem.
Os problemas da empresa se aceleraram nos últimos meses, com a queda da receita com publicidade. No terceiro trimestre, elas recuaram 18% nos jornais, que enfrentam cada vez mais a concorrência da internet. Ao mesmo tempo, a circulação de jornais nos EUA caiu 4,6% entre abril e setembro na comparação com o mesmo período do ano passado. A do "Los Angeles Times" caiu 5,20%, e a do "Chicago Tribune", 7,75%.
Em mais um indicador dos problemas do setor, os donos do "New York Times" pretendem levantar até US$ 225 milhões, usando como garantia o prédio do jornal em Manhattan. Eles já contrataram um escritório para ajudar com negócio, em que poderia hipotecar o edifício ou realizar uma venda em que manteria o uso por meio de um leasing.

Com o "New York Times" e agências internacionais



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