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Alimento vai subir menos, diz ministro
Stephanes, da Agricultura, descarta pressão nas taxas de inflação deste ano
Governo promete não tomar medidas para segurar
os preços dos alimentos no mercado interno; colheita
ameniza escassez de feijão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após elogiar o novo patamar
internacional dos preços agrícolas e divulgar projeções otimistas para a produção brasileira, o ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, negou ontem que o preço dos alimentos
represente pressão inflacionária ao longo deste ano.
"Em 2008 vamos manter os
atuais patamares de preço, não
haverá pressão de inflação."
O ministro afirmou que o governo não tomará medidas para segurar os preços dos alimentos no mercado interno.
Stephanes ressaltou que a
cultura de feijão enfrentou problemas pontuais, como a baixa
pluviosidade, mas disse que isso será resolvido com a colheita
nos próximos meses.
O ministro divulgou ontem
projeções do agronegócio brasileiro até a safra de 2017/2018,
levando em conta um cenário
favorável de preços ao produtor
brasileiro no mercado internacional e sem incluir nos cálculos variações relacionadas às
mudanças climáticas.
Os dados indicam crescimento de 137% na produção de
álcool, basicamente para o consumo interno, que deverá crescer 270% nos próximos dez
anos. Até lá, o Brasil produzirá
41,6 bilhões de litros anualmente, consumindo 30 bilhões
de litros. O restante irá para o
mercado internacional, crescimento de 113% nos embarques.
Até 2018, o Brasil também
poderá ultrapassar os Estados
Unidos, tornando-se o maior
exportador mundial de soja.
A produção nacional de soja
fecharia 2017/2018 em 75,3 milhões de toneladas, aumento de
52% em relação a hoje. No caso
do milho, serão 64,1 milhões de
toneladas plantadas e um consumo de 48,6 milhões.
Nas projeções do ministério,
a expansão da agricultura e pecuária não prevê desmatamento da Amazônia.
Os dados apontam avanço
anual de 3,5% nos embarques
de frango, de 6,2% na carne bovina, e 4,9% nos suínos.
O ministro admitiu que o governo não cumprirá totalmente a exigência européia de rastreamento para a exportação
de carne bovina em todas as fazendas do país. O país tentará
liberar o maior número de propriedades vistoriadas.
Segundo Stephanes, os preços internacionais continuarão
em alta por quatro motivos: 1)
crescimento da economia
mundial; 2) uso de produtos
agrícolas como matéria-prima
para biocombustíveis; 3) maior
longevidade; e 4) mudanças climáticas e suas conseqüências
para a agricultura.
O desempenho brasileiro ficará condicionado, de acordo
com ele, à resolução de algumas
pendências, como a renegociação de dívidas, aumento do crédito, implementação do seguro
agrícola e obras para melhorar
o escoamento da produção.
Stephanes afirmou que está
mantido o calendário para renegociação das dívidas apesar
do fim da CPMF. Segundo o ministro, o governo estuda uma
maneira de "limpar" as dívidas
dos excessos de encargos e de
criar formas de pagamento de
acordo com a capacidade do
produtor. Não há detalhes.
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