|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SP lança edital para privatizar 1.600 quilômetros de rodovias
Modelo considera menor tarifa de pedágio e outorga
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo lança, na semana que vem, edital
para concessão de 1.611 quilômetros de estradas à iniciativa
privada. Para a exploração de
cinco corredores rodoviários,
as concessionárias deverão pagar R$ 2 bilhões ao Estado.
Pelo modelo original -segundo o qual venceria aquele
que oferecesse maior volume
de dinheiro pela concessão-, o
governo previa arrecadar R$ 7
bilhões em outorgas. Mas, após
o sucesso do modelo federal,
baseado no menor preço de pedágio, o governo de São Paulo
optou por uma fórmula mista.
Segundo o modelo misto, o
consórcio interessado tem de
cumprir dois requisitos: pagar
o preço exigido pela concessão
e apresentar a menor tarifa de
pedágio. O Estado fixará um teto para os pedágios.
Serão cinco lotes: Ayrton
Senna/Carvalho Pinto, Dom
Pedro 1º, Raposo Tavares (trecho que não é hoje concedido),
Marechal Rondon Leste e Marechal Rondon Oeste.
Ontem, em reunião com o
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento), o governador José Serra sugeriu que a
instituição financie os consórcios vitoriosos, garantindo recursos para outorga mínima.
Na viagem a Washington
(EUA), Serra negociou financiamentos que somam pelo
menos R$ 6,2 bilhões.
Para a Sabesp, por exemplo,
estão em negociação US$ 850
milhões (R$ 1,5 bilhão), sendo
US$ 600 milhões para a despoluição do rio Tietê. Outros US$
100 milhões seriam destinados
à reestruturação da dívida da
empresa, enquanto US$ 150
milhões seriam aplicados em
investimentos. Segundo Serra,
dos dez itens da pauta com o
BID, esse é o mais avançado.
Essa operação prevê a participação de bancos privados.
Na viagem, Serra discutiu
ainda um empréstimo de R$ 1
bilhão para a recuperação de
5.000 km de estradas vicinais.
Outros R$ 2,5 bilhões serão
concedidos para obras da Linha
5 do Metrô, na zona sul de São
Paulo. A negociação inclui a
participação do BID no Expresso ABC -a cargo da CPTM-
com R$ 1 bilhão.
Entre as operações de crédito, estão US$ 150 milhões (R$
265,5 milhões) para reequipamento dos hospitais que integram a rede do SUS (Sistema
Único de Saúde), incluindo os
filantrópicos e universitários.
O governador de São Paulo
também propôs a participação
do BID no complexo de pesquisa do álcool. Outra proposta foi
a concessão de empréstimo para a iniciativa privada com o objetivo de viabilizar a construção
do alcoolduto Goiás-São Paulo.
Serra também pediu aprovação de financiamento para o
trecho Sul do Ferroanel. Segundo o governador, o próprio
BID se mostrou disposto a financiar um projeto de navegabilidade do rio Tietê.
Potencial candidato à Presidência, Serra faz questão de frisar que os projetos não se restringem ao mandato. Mas beneficiariam futuros governos.
"Estou fazendo o essencial:
organizar os investimentos para São Paulo, não só do setor
público mas também para a iniciativa privada", afirmou Serra,
na noite de ontem, antes de
embarcar para o Brasil.
Texto Anterior: AGU quer ampliar acesso do governo a dados sigilosos Próximo Texto: Demanda por vôos sobe 12% em 2007 Índice
|