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Recuo na inflação abre espaço à queda da Selic
DA SUCURSAL DO RIO
O resultado do IPCA de dezembro trouxe a certeza, entre
analistas de mercado, de que o
Banco Central cortará a taxa
básica de juros na próxima reunião do Copom nos dias 20 e 21
deste mês. A dúvida é quanto ao
tamanho da redução, que agora, preveem especialistas, pode
chegar a 0,75 ponto percentual.
Para Carlos Thadeu de Freitas Filho, economista-chefe da
corretora SLW, não existem
pressões inflacionárias à vista
que justifiquem a manutenção
da taxa Selic -estável em
13,75% ao ano desde setembro.
Segundo o economista, os
alimentos in natura podem sofrer um pequeno repique em janeiro em decorrência das chuvas, e os colégios pressionarão a
taxa de fevereiro, como sempre
ocorre. "Mas nada disso vai
atrapalhar. Os preços no atacado seguem caindo, movimento
que será repassado ao varejo."
Freitas Filho espera uma redução de 0,5 ponto percentual,
mas tende a rever sua projeção
para um corte de 0,75 ponto
após a divulgação do IPCA de
dezembro, com alta de 0,28%.
Segundo Francis Kinder, da
Rosenberg & Associados, o cenário de inflação é "bastante
tranquilo" e nem mesmo a previsão de aceleração dos preços
de serviços e dos administrados
em 2008 irá alterar o quadro.
Ele estima o IPCA em 4,5% em
2009, no centro da meta do governo, o que abre espaço para a
redução dos juros.
Para Fábio Romão, da LCA,
as recentes demissões na indústria e a queda do nível de
atividade do setor detectada
pelo IBGE -a produção caiu
5,2% em novembro- corroboram para uma queda maior.
Esses efeitos, diz, "vão ficar
mais evidentes no começo de
2009", o que será levado em
conta pelo BC na hora de fixar a
nova taxa de juros. Romão também estima um recuo de 0,5
ponto percentual, mas não descarta uma redução maior de
0,75 ponto -corte, porém,
mais provável de ocorrer na
reunião de março.
"Os juros certamente vão iniciar um processo de queda. Não
há nenhuma dúvida. A questão
que se coloca agora é a intensidade da queda: se será de 0,5
ponto percentual ou de 0,75
ponto percentual", diz Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio.
Para o economista, está "claro que o impacto da contração
do nível de atividade da economia sobre a inflação prevaleceu
sobre o câmbio". O BC, diz, temia eventuais pressões inflacionárias decorrentes da valorização do dólar, risco afastado
com os dados de dezembro.
Para 2009, a maioria das consultorias prevê uma inflação
próxima do centro da meta. A
LCA estima uma taxa de 4,8%
-revista para baixo após os números de dezembro. A SLW
prevê 4,6%.
(PS)
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