São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2009

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Para Mantega, é "necessário" reduzir os juros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aproveitou o resultado da inflação de 2008, divulgado ontem, para defender a redução da taxa de juros. Ele evitou falar diretamente sobre o Banco Central brasileiro, mas fez uma comparação com os juros do Reino Unido, reduzidos pelo BC do país ao menor nível dos últimos 315 anos.
"O mundo todo está reduzindo as taxas de juros. Eles [Reino Unido] tinham as taxas mais salgadas da União Europeia. Portanto, é natural e necessário que o Brasil reduza as taxas de juros", disse Mantega.
Ele afirmou "estar satisfeito" com a inflação de 5,9% no ano passado medida pelo IPCA, acima do centro da meta, mas dentro da banda que permite variação de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Em mais um recado ao BC, Mantega disse que sempre acreditou no cumprimento da meta de inflação no ano passado, apesar do choque de commodities do primeiro semestre e dos efeitos da crise no segundo.
"Vocês lembram que eu dizia que a inflação de 2008 ficaria dentro da meta. Tinha gente que dizia que ficaria fora da meta. Conseguimos manter dentro das metas estabelecidas. É importante porque mostra que passamos por essa turbulência, pelo choque de commodities, mantendo a inflação brasileira sob controle. Isso dá um espaço importante para a redução dos juros no país", afirmou o ministro.
O presidente do BC, Henrique Meirelles, enviou uma nota à imprensa também comemorando o resultado do IPCA, mas sem citar os comentários do ministro.
"O cumprimento da meta de inflação nos últimos cinco anos mostra que o BC está no caminho certo. A política monetária adotada pelo BC é adequada para preservar o poder de compra da população e a manutenção do ganho real dos salários. Esses são os principais dividendos da estabilidade", diz a nota. (JR)


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