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Avanço das remessas segue na contramão da economia mundial
DA REDAÇÃO
O valor recorde de remessas
que partiram do Brasil no terceiro trimestre de 2009 -e a
perspectiva de que o montante
em todo o ano passado também
atinja sua maior marca histórica- contrastam com os números desse segmento no mundo.
As previsões dos principais
organismos internacionais, como BID e Banco Mundial, e os
números ainda provisórios de
grandes economias mostram
que o mercado de remessas encolheu no ano passado -um
outro reflexo da pior crise global em mais de 60 anos.
Os Estados Unidos (que respondem por cerca de um quarto das remessas mundiais) não
divulgam dados específicos,
mas, pelos países latino-americanos, inclusive o Brasil, é possível verificar como elas recuaram. No México, que é o principal receptor do dinheiro vindo
dos Estados Unidos, o ingresso
de remessas caiu 14,4% até novembro do ano passado, sendo
que elas já tinha se retraído em
2008, na primeira queda anual
desde pelo menos 1995.
Na Guatemala e em El Salvador, que são muito dependentes das remessas (nos dois casos, representam mais de 10%
do PIB), a retração também foi
severa e idêntica: 9,3%.
No Japão, outro destino preferido dos brasileiros, a contração das remessas enviadas gira
em torno de 20%.
Na Espanha, um dos principais destinos dos imigrantes latino-americanos, as remessas
somaram 5,2 bilhões nos primeiros nove meses de 2009,
queda de 13% ante o mesmo
período do ano anterior. A economia espanhola é uma das
que mais têm sofrido com a crise, com cinco trimestres consecutivos de retração do PIB e a
maior taxa de desemprego entre os 16 países da zona do euro.
Outros países da Europa, como a Alemanha e a Suíça (que
abrigam grandes populações
estrangeiras), registraram queda nas remessas, ainda que menos expressiva que a espanhola
-os dois países já saíram da recessão e suas taxas de desemprego não chegam nem perto
da registrada pela Espanha.
Com essas quedas nas grandes economias, o Brasil também é outro país que está recebendo menos entrada de dinheiro dos seus migrantes. No
terceiro trimestre de 2009, elas
(que estão concentradas principalmente nos EUA e no Japão) somavam US$ 498 milhões, o menor montante desde
2003. No seu pico, em 1995,
elas totalizaram US$ 954 milhões em três meses.
(AF)
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