São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 2010

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Avanço das remessas segue na contramão da economia mundial

DA REDAÇÃO

O valor recorde de remessas que partiram do Brasil no terceiro trimestre de 2009 -e a perspectiva de que o montante em todo o ano passado também atinja sua maior marca histórica- contrastam com os números desse segmento no mundo.
As previsões dos principais organismos internacionais, como BID e Banco Mundial, e os números ainda provisórios de grandes economias mostram que o mercado de remessas encolheu no ano passado -um outro reflexo da pior crise global em mais de 60 anos.
Os Estados Unidos (que respondem por cerca de um quarto das remessas mundiais) não divulgam dados específicos, mas, pelos países latino-americanos, inclusive o Brasil, é possível verificar como elas recuaram. No México, que é o principal receptor do dinheiro vindo dos Estados Unidos, o ingresso de remessas caiu 14,4% até novembro do ano passado, sendo que elas já tinha se retraído em 2008, na primeira queda anual desde pelo menos 1995.
Na Guatemala e em El Salvador, que são muito dependentes das remessas (nos dois casos, representam mais de 10% do PIB), a retração também foi severa e idêntica: 9,3%.
No Japão, outro destino preferido dos brasileiros, a contração das remessas enviadas gira em torno de 20%.
Na Espanha, um dos principais destinos dos imigrantes latino-americanos, as remessas somaram 5,2 bilhões nos primeiros nove meses de 2009, queda de 13% ante o mesmo período do ano anterior. A economia espanhola é uma das que mais têm sofrido com a crise, com cinco trimestres consecutivos de retração do PIB e a maior taxa de desemprego entre os 16 países da zona do euro.
Outros países da Europa, como a Alemanha e a Suíça (que abrigam grandes populações estrangeiras), registraram queda nas remessas, ainda que menos expressiva que a espanhola -os dois países já saíram da recessão e suas taxas de desemprego não chegam nem perto da registrada pela Espanha.
Com essas quedas nas grandes economias, o Brasil também é outro país que está recebendo menos entrada de dinheiro dos seus migrantes. No terceiro trimestre de 2009, elas (que estão concentradas principalmente nos EUA e no Japão) somavam US$ 498 milhões, o menor montante desde 2003. No seu pico, em 1995, elas totalizaram US$ 954 milhões em três meses. (AF)


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