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APLICAÇÕES
Em 1998, captação líquida dos certificados pré foi negativa em 19%
CDBs perdem espaço como alternativa de investimento
GABRIEL J. DE CARVALHO
da Redação
Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) prefixados perderam espaço entre as principais
aplicações financeiras em 1998.
A captação líquida (compras versus resgates) foi negativa em R$ 22
bilhões, o que representa 19,2% do
estoque de papéis ao final de 97.
Essa perda de participação no total da poupança financeira bruta
do país está refletida nos números
no estoque, que começou o ano na
casa dos R$ 115 bilhões e fechou
dezembro em R$ 92,5 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Os efeitos da CPMF sobre a rentabilidade -no caso de renovação
mensal, paga-se 0,20% a cada mês
sobre o principal- e a contração
do crédito estão entre os motivos
desse encolhimento dos CDBs prefixados.
Os pós-fixados são pouco representativos em valor, com estoque
de apenas R$ 1,5 bilhão no final de
98.
A ausência da CPMF a partir do
próximo dia 24 poderia dar algum
alento aos CDBs, mas a criação do
IOF de 0,38%, para substituir por
alguns meses a contribuição, terá
efeito ainda maior, devido à alíquota, sobre a rentabilidade dos
papéis renovados mensalmente.
FIFs (Fundos de Investimento
Financeiro) e poupança, por
exemplo, são renovados automaticamente, livrando o investidor da
paulada sistemática da tributação.
A poupança terá até vantagens na
fase do IOF, já que será isenta desse
imposto.
A captação líquida dos FIFs de 60
dias, os mais importantes da indústria dos fundos, também foi
negativa em 98. Comparando depósitos com resgates, eles perderam R$ 6,8 bilhões no ano, o que
equivale a 7,1% do patrimônio líquido em 31 de dezembro de 97.
Os FIFs de 60 dias começaram o
ano com PL ao redor de R$ 95 bilhões e fecharam dezembro com
quase R$ 112 bilhões.
Os fundos de estatais no Banco
do Brasil e os de renda fixa de capital estrangeiro registraram captação negativa proporcionalmente
maior que a de CDBs e FIFs-60,
mas são aplicações específicas.
A fuga de capitais para o exterior
não se refletiu apenas nos fundos
de estrangeiros. Pessoas físicas e
empresas nacionais também trocaram reais que estavam aplicados
por dólares para remeter ao exterior.
No caso de empresas, o dinheiro
foi usado, por exemplo, para resgatar antecipadamente seus bônus
com descontos.
²
Poupança
A caderneta de poupança, apesar
do rendimento relativamente baixo em relação aos fundos, até que
não se saiu tão mal em 98. A captação líquida foi negativa em R$ 3,1
bilhões, equivalentes a 3,2% do
saldo ao final de 97.
O saldo total (SBPE e rural) era
de R$ 97 bilhões em 31 de dezembro de 97 e um ano depois estava
em R$ 107,4 bilhões.
Para Fernando Cruz, diretor de
crédito imobiliário e poupança do
BankBoston, isso pode ser explicado pelo perfil tradicional do poupador, que costuma ser fiel à caderneta.
Além do mais, a inflação praticamente zerada colabora, pois todo o
rendimento passa a ser real.
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