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BNDES dobra o lucro e bate recorde
Dividendos, ações e recuperação de créditos fazem banco lucrar R$ 6,3 bi
Banco prevê aumento de 11% a 17% nos desembolsos neste ano; resultados de janeiro revelam aumento da procura por financiamento
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou lucro recorde de R$ 6,3 bilhões em
2006. Trata-se de crescimento
de 97,7% em relação ao resultado de 2005. O resultado é maior
do que o lucro somado do banco nos três anos anteriores.
O BNDES atribui o resultado
a uma combinação de fatores.
"O resultado veio de dividendos, vendas de ações em razão
do bom momento do mercado e
pela recuperação de créditos
que tinham tido problemas no
passado", afirmou o presidente
do banco, Demian Fiocca.
Ele destacou que a obtenção
do resultado recorde ocorreu
num cenário de redução dos juros cobrados pelo banco para
impulsionar os investimentos
do setor produtivo.
Um dos destaques do resultado foi a recuperação de créditos
de empresas que apresentaram
problemas, como os da Brasil
Ferrovias e da AES.
De 2001 a 2005, a média
anual de provisões para pagamentos duvidosos foi de R$
1,743 bilhão. No ano passado,
com a reversão de perdas o
banco teve saldo positivo de R$
1,052 bilhão nessa conta. Segundo Fiocca, a AES quitou sua
dívida e contribuiu para a redução no provisionamento.
As operações de renda fixa
registraram resultado líquido
de R$ 3,893 bilhões. Segundo
Fiocca, desse total, R$ 2,8 bilhões referem-se a operações
de recuperação de créditos.
A carteira de renda variável
do banco contribuiu para o resultado com R$ 2,438 bilhões.
Segundo o BNDES, o desempenho foi obtido com a venda de
ações, como as do Banco do
Brasil, e com a receita proveniente de dividendos e juros sobre o capital próprio.
Outros aspectos favoráveis
contribuíram para o desempenho do BNDES, como o nível
recorde de desembolsos, de R$
52,3 bilhões em 2006. Ele representa crescimento de 11%
em relação a 2005. Além disso,
Fiocca ressaltou o baixo nível
de inadimplência, que passou
de 2,08% em 2005 para 0,68%
no ano passado.
O patrimônio de referência
do banco cresceu 43,8% em
2006 e somou R$ 33,8 bilhões.
O aumento pode ser atribuído a
uma operação de enquadramento de dívida com o Tesouro
de cerca de R$ 5,3 bilhões.
Fiocca anunciou que o banco
trabalha com uma meta de desembolsos para 2007 de R$ 58,1
bilhões a R$ 61,2 bilhões.
Na prática, significa aumento
de 11% a 17% na liberação de
empréstimos para investimentos no país. Somente em janeiro, o banco desembolsou R$ 4,6
bilhões, com crescimento de
88% na comparação com igual
mês do ano passado.
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