São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 2007

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BNDES dobra o lucro e bate recorde

Dividendos, ações e recuperação de créditos fazem banco lucrar R$ 6,3 bi

Banco prevê aumento de 11% a 17% nos desembolsos neste ano; resultados de janeiro revelam aumento da procura por financiamento


JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou lucro recorde de R$ 6,3 bilhões em 2006. Trata-se de crescimento de 97,7% em relação ao resultado de 2005. O resultado é maior do que o lucro somado do banco nos três anos anteriores.
O BNDES atribui o resultado a uma combinação de fatores. "O resultado veio de dividendos, vendas de ações em razão do bom momento do mercado e pela recuperação de créditos que tinham tido problemas no passado", afirmou o presidente do banco, Demian Fiocca.
Ele destacou que a obtenção do resultado recorde ocorreu num cenário de redução dos juros cobrados pelo banco para impulsionar os investimentos do setor produtivo.
Um dos destaques do resultado foi a recuperação de créditos de empresas que apresentaram problemas, como os da Brasil Ferrovias e da AES.
De 2001 a 2005, a média anual de provisões para pagamentos duvidosos foi de R$ 1,743 bilhão. No ano passado, com a reversão de perdas o banco teve saldo positivo de R$ 1,052 bilhão nessa conta. Segundo Fiocca, a AES quitou sua dívida e contribuiu para a redução no provisionamento.
As operações de renda fixa registraram resultado líquido de R$ 3,893 bilhões. Segundo Fiocca, desse total, R$ 2,8 bilhões referem-se a operações de recuperação de créditos.
A carteira de renda variável do banco contribuiu para o resultado com R$ 2,438 bilhões. Segundo o BNDES, o desempenho foi obtido com a venda de ações, como as do Banco do Brasil, e com a receita proveniente de dividendos e juros sobre o capital próprio.
Outros aspectos favoráveis contribuíram para o desempenho do BNDES, como o nível recorde de desembolsos, de R$ 52,3 bilhões em 2006. Ele representa crescimento de 11% em relação a 2005. Além disso, Fiocca ressaltou o baixo nível de inadimplência, que passou de 2,08% em 2005 para 0,68% no ano passado.
O patrimônio de referência do banco cresceu 43,8% em 2006 e somou R$ 33,8 bilhões. O aumento pode ser atribuído a uma operação de enquadramento de dívida com o Tesouro de cerca de R$ 5,3 bilhões.
Fiocca anunciou que o banco trabalha com uma meta de desembolsos para 2007 de R$ 58,1 bilhões a R$ 61,2 bilhões.
Na prática, significa aumento de 11% a 17% na liberação de empréstimos para investimentos no país. Somente em janeiro, o banco desembolsou R$ 4,6 bilhões, com crescimento de 88% na comparação com igual mês do ano passado.


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