São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conar reprova anúncio de ração para cães

Órgão torna pública posição contrária a publicidade em que Nestlé informa haver "carne nobre" no produto

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) decidiu tornar pública a sua posição contrária a anúncio publicitário de um alimento para cães da Nestlé no país. A mercadoria alvo da ação do conselho é a ração Purina Beneful. Desde os anos 80, a entidade veio a público para fazer esse tipo de comunicado apenas quatro vezes.
Dessa forma, o Conar expõe o que considera inadequado no material de campanha da empresa e pune a companhia -a maior punição do Conar é a divulgação pública de material considerado antiético.
Na quinta-feira, o plenário do conselho de ética do Conar, formado por 43 pessoas do setor publicitário e de comunicação, considerou que era preciso tomar uma posição mais radical em relação à campanha. Desde 2004, o Conar solicita à empresa que retire da embalagem as expressões e ilustrações do produto que informam existir "carne nobre" na composição da mercadoria.
Quem alertou o Conar, em uma notificação datada de novembro de 2004, foi a concorrente direta da Nestlé, a Masterfoods, fabricante da ração para animais Pedigree. Em 2004, a Masterfoods informou "haver apresentação exagerada em publicidade e embalagem da ração Purina Beneful".
Num dos primeiros documentos em que o Conar informa a denúncia da Masterfoods, a concorrente da Nestlé dizia que as descrições da embalagem levavam o consumidor a engano, já que, estampada na embalagem de Beneful, aparece menção apenas a "farinha de carne". A Nestlé apresentou defesa na época (leia ao lado).
Segundo comunicado encaminhado ontem, o Conar informa que, "esgotada a discussão do caso, em decisão irrecorrível, o Conselho de Ética recomendou a correção da campanha e da embalagem. Porém, decorridos cerca de 15 meses, Purina Beneful continuava persistindo na infração apontada", explica.
"Vencido o prazo para que o anunciante atendesse às recomendações, o Conselho de Ética houve por bem impor, agora, a sanção mais severa prevista no Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária, que é a divulgação pública da posição do Conar em relação ao anunciante responsável pelas peças reprovadas".
O Conselho de Ética do Conar é integrado por representantes do mercado publicitário e da sociedade civil. Ele não tem o poder de aplicar multas que impliquem desembolso de valores, entretanto.
O que acontece é que o conselho serve como espécie de fiscalizador do segmento publicitário. Pessoas físicas e jurídicas podem encaminhar solicitações de avaliação de campanhas consideradas inadequadas e o Conar busca um entendimento no mercado.


Texto Anterior: Após 3 meses, participação da Sol no mercado estaciona
Próximo Texto: Outro lado: Empresa não se manifesta sobre decisão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.