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Conar reprova anúncio de ração para cães
Órgão torna pública posição contrária a publicidade em que Nestlé informa haver "carne nobre" no produto
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conar (Conselho Nacional
de Auto-Regulamentação Publicitária) decidiu tornar pública a sua posição contrária a
anúncio publicitário de um alimento para cães da Nestlé no
país. A mercadoria alvo da ação
do conselho é a ração Purina
Beneful. Desde os anos 80, a
entidade veio a público para fazer esse tipo de comunicado
apenas quatro vezes.
Dessa forma, o Conar expõe o
que considera inadequado no
material de campanha da empresa e pune a companhia -a
maior punição do Conar é a divulgação pública de material
considerado antiético.
Na quinta-feira, o plenário
do conselho de ética do Conar,
formado por 43 pessoas do setor publicitário e de comunicação, considerou que era preciso
tomar uma posição mais radical em relação à campanha.
Desde 2004, o Conar solicita à
empresa que retire da embalagem as expressões e ilustrações
do produto que informam existir "carne nobre" na composição da mercadoria.
Quem alertou o Conar, em
uma notificação datada de novembro de 2004, foi a concorrente direta da Nestlé, a Masterfoods, fabricante da ração
para animais Pedigree. Em
2004, a Masterfoods informou
"haver apresentação exagerada
em publicidade e embalagem
da ração Purina Beneful".
Num dos primeiros documentos em que o Conar informa a denúncia da Masterfoods,
a concorrente da Nestlé dizia
que as descrições da embalagem levavam o consumidor a
engano, já que, estampada na
embalagem de Beneful, aparece menção apenas a "farinha de
carne". A Nestlé apresentou
defesa na época (leia ao lado).
Segundo comunicado encaminhado ontem, o Conar informa que, "esgotada a discussão
do caso, em decisão irrecorrível, o Conselho de Ética recomendou a correção da campanha e da embalagem. Porém,
decorridos cerca de 15 meses,
Purina Beneful continuava
persistindo na infração apontada", explica.
"Vencido o prazo para que o
anunciante atendesse às recomendações, o Conselho de Ética houve por bem impor, agora,
a sanção mais severa prevista
no Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária,
que é a divulgação pública da
posição do Conar em relação ao
anunciante responsável pelas
peças reprovadas".
O Conselho de Ética do Conar é integrado por representantes do mercado publicitário
e da sociedade civil. Ele não
tem o poder de aplicar multas
que impliquem desembolso de
valores, entretanto.
O que acontece é que o conselho serve como espécie de fiscalizador do segmento publicitário. Pessoas físicas e jurídicas
podem encaminhar solicitações de avaliação de campanhas consideradas inadequadas e o Conar busca um entendimento no mercado.
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