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Patrimônio do setor registra perda de R$ 20 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Abrapp (Associação Brasileira de Entidades Fechadas de
Previdência Privada) afirmou
ontem que os fundos de pensão
registraram rentabilidade negativa de 0,75% em 2008 por
conta da crise mundial. Segundo a entidade, o patrimônio das
instituições apresentou desvalorização de R$ 20 bilhões no
ano passado em relação a 2007.
No final daquele ano, os fundos de pensão acumulavam ativos de R$ 435 bilhões. Em dezembro do ano passado, esse
patrimônio encolheu para R$
415 milhões. "Mesmo a involução patrimonial não pode ser
tida como uma perda irrecuperável, até porque os fundos de
pensão estão posicionados na
renda variável em ações de empresas que estão entre as melhores e maiores do universo
empresarial brasileiro", afirma
nota da associação.
Para a Abrapp, apesar da rentabilidade negativa no final de
2008, os fundos de pensão não
podem falar em perdas, pois isso só acontece no momento da
realização do negócio. Ou seja,
na venda das ações que perderam valor de mercado.
A entidade afirma ainda que
as crises trazem desafios para
os fundos, mas também oportunidades. "É nessa perspectiva que os dirigentes brasileiros
de fundos de pensão avaliam o
que será preciso fazer ao longo
deste ano para ultrapassar os
obstáculos e aproveitar as boas
chances que os mercados seguramente estarão oferecendo
nos próximos meses", afirma a
nota.
No texto, a Abrapp ainda destaca que a gestão eficiente dos
fundos desde 1995 até o final do
ano passado permitiu uma rentabilidade de 1.063% para o sistema. Isso representa praticamente o dobro da meta fixada
para o período, que foi de 543%.
Nessa uma década e meia,
acrescenta, o mundo também
foi sacudido por crises como a
da Ásia (1997), moratória russa
(1998), desvalorização do real
(1999) e o estouro da "bolha da
Nasdaq" (2000).
A Abrapp afirma também
que a crise internacional não é
"nem de longe" uma preocupação apenas brasileira, relatando que nos EUA várias pessoas
perderam partes substanciais
de suas reservas e foram obrigadas a adiar sua aposentadoria. "Esse quadro definitivamente não se repete no Brasil",
declara a Abrapp.
A associação elogia o mercado brasileiro de previdência
privada pelo profissionalismo e
a supervisão "rigorosa" da Secretaria de Previdência Complementar. "As normas brasileiras, aliadas ao profissionalismo e a competência dos gestores, favorecem a pulverização
dos riscos entre um maior número de diferentes ativos."
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