São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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França anuncia ajuda de US$ 8,5 bilhões a montadoras, mas impõe condições

DA REDAÇÃO

No rastro da ajuda dos EUA à GM e à Chrysler, o governo francês anunciou, ontem, injeção de US$ 8,5 bilhões nas montadoras PSA Peugeot-Citroën, Renault e Renault Trucks, com a condição de que elas mantenham suas fábricas na França e que não demitam.
A medida foi anunciada após o BC francês prever que no primeiro trimestre o PIB vá encolher 0,6% e que o país entre na primeira recessão em 16 anos.
A Renault e a PSA receberão, cada uma, empréstimo de US$ 3,92 bilhões, e a Renault Trucks, fabricante de caminhões, US$ 653,5 milhões.
"Em troca desses empréstimos a uma taxa preferencial de 6%, Renault e PSA se comprometeram (...) a não fechar nenhuma de suas instalações durante o período dos empréstimos e a fazer de tudo para evitar as demissões", disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Ele também disse que a ajuda às filiais de crédito das montadoras, anunciada em dezembro, será dobrada a US$ 2,61 bilhões, e o apoio aos terceirizados do setor foi duplicado a US$ 784 milhões, o que faz com que apenas ontem o governo tenha liberado mais de US$ 10 bilhões à indústria automotiva.
O acordo inclui um aumento da indenização aos trabalhadores sob algum tipo de flexibilização de contrato. O setor representa 10% dos empregos na França e já ganhou do governo, desde outubro, 10 bilhões.
A PSA anunciou que não fechará unidades na França e que não realizará demissões no país. A Renault reafirmou seu compromisso de não fechar unidades e promete lançar na França, até 2012, cinco novos modelos.
As medidas foram mal recebidas na Europa. O primeiro-ministro da República Tcheca, Mirek Topolanek, chamou-as de "realmente protecionistas". Topolanek, cujo país ocupa a presidência da União Europeia, já agendou uma reunião especial para discutir as medidas.


Com agências internacionais


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