São Paulo, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

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Venda do Pactual gera prejuízo de US$ 1,3 bi para UBS

Negócio com André Esteves foi feito em abril de 2009, com banco suíço buscando se capitalizar

DE GENEBRA

A venda do brasileiro Pactual gerou um prejuízo de US$ 1,3 bilhão para o banco suíço UBS, colaborando para que a instituição financeira terminasse o ano passado com prejuízo de US$ 2,5 bilhões.
Com perdas de US$ 19,6 bilhões em 2008 e precisando se capitalizar, o banco suíço vendeu o Pactual por US$ 2,47 bilhões em abril do ano passado para o BTG, empresa de André Esteves. Dois anos antes, quando o banco tinha a metade do tamanho, Esteves havia vendido o Pactual por US$ 2,6 bilhões aos suíços.
No balanço do terceiro trimestre de 2009, o banco já havia afirmado que a operação lhe trouxera prejuízo, especialmente devido a perdas relacionadas com ativos intangíveis (que não são materiais, geralmente associados à marca).
Mas o prejuízo em 2009 se deveu sobretudo à chamada marcação a mercado de dívidas e ativos (quando os preços são ajustados de acordo com os valores correntes, nesse caso para menos devido à crise global).
Já nos últimos três meses do ano passado, o banco teve um lucro líquido de US$ 1,12 bilhão, acima do esperado por analistas de mercado. Porém, a fuga de depósitos no UBS praticamente dobrou no quarto trimestre em relação ao terceiro, somando 33,2 bilhões de francos suíços (US$ 31 bilhões), após chegar a 16,7 bilhões de francos de julho a setembro.
Os americanos foram responsáveis por US$ 11,2 bilhões em saques nos últimos três meses do ano passado. Segundo o banco, a fuga é resultado da deserção de boa parte de seus gestores experientes.
O UBS também esteve no centro de uma controvérsia em 2009 envolvendo o fisco norte-americano. Em um acordo com autoridades dos EUA, o banco aceitou liberar o nome de 4.450 clientes suspeitos de evasão de impostos no país.
Outros 5,5 bilhões de francos são de clientes suíços. A única região em que os depósitos aumentaram, afirma o UBS, foi a da Ásia Pacífico -a primeira a sair da crise econômica global.
O lucro cresceu em todos os setores, notadamente nos EUA, onde a alta foi de 62%, para US$ 166 milhões antes da dedução de impostos. Na Suíça, o aumento foi de 40%, para US$ 1,03 bilhão. O banco atribuiu o melhor desempenho à baixa dos custos, sobretudo de crédito com a amenização da crise.
O UBS informou ainda que durante 2009 reduziu seu quadro de funcionários em 16%, para 65,2 mil, quase atingindo a meta para 2010, de 65 mil. (LUCIANA COELHO)


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