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Venda do Pactual gera prejuízo de US$ 1,3 bi para UBS
Negócio com André Esteves foi feito em abril de 2009, com banco suíço buscando se capitalizar
DE GENEBRA
A venda do brasileiro Pactual
gerou um prejuízo de US$ 1,3
bilhão para o banco suíço UBS,
colaborando para que a instituição financeira terminasse o
ano passado com prejuízo de
US$ 2,5 bilhões.
Com perdas de US$ 19,6 bilhões em 2008 e precisando se
capitalizar, o banco suíço vendeu o Pactual por US$ 2,47 bilhões em abril do ano passado
para o BTG, empresa de André
Esteves. Dois anos antes, quando o banco tinha a metade do
tamanho, Esteves havia vendido o Pactual por US$ 2,6 bilhões aos suíços.
No balanço do terceiro trimestre de 2009, o banco já havia afirmado que a operação lhe
trouxera prejuízo, especialmente devido a perdas relacionadas com ativos intangíveis
(que não são materiais, geralmente associados à marca).
Mas o prejuízo em 2009 se
deveu sobretudo à chamada
marcação a mercado de dívidas
e ativos (quando os preços são
ajustados de acordo com os valores correntes, nesse caso para
menos devido à crise global).
Já nos últimos três meses do
ano passado, o banco teve um
lucro líquido de US$ 1,12 bilhão, acima do esperado por
analistas de mercado. Porém, a
fuga de depósitos no UBS praticamente dobrou no quarto trimestre em relação ao terceiro,
somando 33,2 bilhões de francos suíços (US$ 31 bilhões),
após chegar a 16,7 bilhões de
francos de julho a setembro.
Os americanos foram responsáveis por US$ 11,2 bilhões
em saques nos últimos três meses do ano passado. Segundo o
banco, a fuga é resultado da deserção de boa parte de seus gestores experientes.
O UBS também esteve no
centro de uma controvérsia em
2009 envolvendo o fisco norte-americano. Em um acordo com
autoridades dos EUA, o banco
aceitou liberar o nome de 4.450
clientes suspeitos de evasão de
impostos no país.
Outros 5,5 bilhões de francos
são de clientes suíços. A única
região em que os depósitos aumentaram, afirma o UBS, foi a
da Ásia Pacífico -a primeira a
sair da crise econômica global.
O lucro cresceu em todos os
setores, notadamente nos EUA,
onde a alta foi de 62%, para US$
166 milhões antes da dedução
de impostos. Na Suíça, o aumento foi de 40%, para US$
1,03 bilhão. O banco atribuiu o
melhor desempenho à baixa
dos custos, sobretudo de crédito com a amenização da crise.
O UBS informou ainda que
durante 2009 reduziu seu quadro de funcionários em 16%,
para 65,2 mil, quase atingindo a
meta para 2010, de 65 mil.
(LUCIANA COELHO)
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