São Paulo, quinta-feira, 10 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AVIAÇÃO

Com a queda na cotação do dólar, empresa fará realinhamento tarifário

Preços das passagens da TAM podem baixar até 15%

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, informou ontem que a companhia aérea deve promover um realinhamento tarifário que pode baratear seus preços entre 10% e 15%. Na última segunda-feira, a Gol também anunciou redução de até 56% em suas tarifas promocionais.
Segundo Bologna, a redução deve ocorrer no setor como um todo e é conseqüência da valorização do real em relação ao dólar. Como a maior parte dos custos das aéreas é atrelada à moeda americana, haveria espaço, segundo o presidente da TAM, para a queda no preço das passagens.
Na manhã de ontem, ao divulgar a terceirização do setor de tecnologia de informação da TAM, o executivo não especificou quando a redução ocorrerá. "Pode ser ao longo deste semestre, pode ser amanhã [hoje]", disse.
A TAM inicia hoje uma promoção especial para a Páscoa, que oferecerá gratuitamente a passagem de volta para quem viajar entre os dias 22 e 29 deste mês. Os descontos, segundo a empresa, chegam a 60% e estão sujeitos a condições restritas.
Na última sexta-feira, a Varig também anunciou uma promoção para o feriado, para os embarques nos próximos dias 25 e 26.
A Varig informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que até agora não está em seus planos realizar um realinhamento tarifário. Na opinião de especialistas do setor, a aérea, em delicada situação financeira, deverá ser a principal prejudicada no caso de uma eventual guerra de tarifas.

Guerra tarifária
O receio, entre analistas, é que a redução dos preços pelas aéreas cause uma guerra tarifária no setor. Tal medo surge também porque as principais aéreas pretendem importar muitas aeronaves neste ano. O receio é que a elevação na oferta seja maior do que a alta da demanda.
Quando há excesso de bilhetes aéreos ofertados, a tendência é as empresas baixarem os preços para atrair passageiros. Como o consumidor no Brasil é muito sensível a preços, a possibilidade de essa situação passar para uma guerra de tarifas é muito alta.
Isso favorece o passageiro, mas corrói a geração de caixa das companhias, que oferecem preços mais baixos para evitar a debandada de seus passageiros.
A charter BRA, que está em tratativas finais com o DAC (Departamento de Aviação Civil) para se tornar uma companhia regular, tem um pedido no órgão para trazer mais quatro aeronaves.
Outra possibilidade de alta na oferta, além dos pedidos para trazer aviões de TAM e Gol, vem da Ocean Air. O grupo, controlador de outras empresas aéreas na América Latina, comprou 29 Fokker-100 recentemente e realiza estudos para trazer cinco ou seis desses aviões para o Brasil.
O diretor comercial da BRA, Walter Folegatti, declarou que a empresa aérea, que hoje opera exclusivamente vôos fretados, estuda substituir sua frota atual por 20 aeronaves da fabricante brasileira de aviões Embraer.
"Seria uma grande vantagem ter assistência técnica ao lado da minha base. Já estamos mantendo conversas com a Embraer para analisar o custo", afirmou.

Mais aéreas
Outra fonte de preocupação é a possibilidade de entrada em operação no setor de mais companhias aéreas. O DAC já deu a autorização jurídica para a criação de mais nove empresas -entre regulares, que operam vôos fretados, e de cargas. Entre elas está a WebJet, de vôos regulares, que está cumprindo as últimas exigências do órgão federal para entrar em operação.


Texto Anterior: Panorâmica - Vôo da águia: Sistema de previdência dos EUA é uma "arapuca", afirma Milton Friedman
Próximo Texto: Para diminuir custos, empresa terceiriza serviço
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.