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AVIAÇÃO
Com a queda na cotação do dólar, empresa fará realinhamento tarifário
Preços das passagens da TAM podem baixar até 15%
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da TAM, Marco
Antonio Bologna, informou ontem que a companhia aérea deve
promover um realinhamento tarifário que pode baratear seus
preços entre 10% e 15%. Na última segunda-feira, a Gol também
anunciou redução de até 56% em
suas tarifas promocionais.
Segundo Bologna, a redução deve ocorrer no setor como um todo
e é conseqüência da valorização
do real em relação ao dólar. Como
a maior parte dos custos das aéreas é atrelada à moeda americana, haveria espaço, segundo o
presidente da TAM, para a queda
no preço das passagens.
Na manhã de ontem, ao divulgar a terceirização do setor de tecnologia de informação da TAM, o
executivo não especificou quando
a redução ocorrerá. "Pode ser ao
longo deste semestre, pode ser
amanhã [hoje]", disse.
A TAM inicia hoje uma promoção especial para a Páscoa, que
oferecerá gratuitamente a passagem de volta para quem viajar entre os dias 22 e 29 deste mês. Os
descontos, segundo a empresa,
chegam a 60% e estão sujeitos a
condições restritas.
Na última sexta-feira, a Varig
também anunciou uma promoção para o feriado, para os embarques nos próximos dias 25 e 26.
A Varig informou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
até agora não está em seus planos
realizar um realinhamento tarifário. Na opinião de especialistas do
setor, a aérea, em delicada situação financeira, deverá ser a principal prejudicada no caso de uma
eventual guerra de tarifas.
Guerra tarifária
O receio, entre analistas, é que a
redução dos preços pelas aéreas
cause uma guerra tarifária no setor. Tal medo surge também porque as principais aéreas pretendem importar muitas aeronaves
neste ano. O receio é que a elevação na oferta seja maior do que a
alta da demanda.
Quando há excesso de bilhetes
aéreos ofertados, a tendência é as
empresas baixarem os preços para atrair passageiros. Como o
consumidor no Brasil é muito
sensível a preços, a possibilidade
de essa situação passar para uma
guerra de tarifas é muito alta.
Isso favorece o passageiro, mas
corrói a geração de caixa das companhias, que oferecem preços
mais baixos para evitar a debandada de seus passageiros.
A charter BRA, que está em tratativas finais com o DAC (Departamento de Aviação Civil) para se
tornar uma companhia regular,
tem um pedido no órgão para trazer mais quatro aeronaves.
Outra possibilidade de alta na
oferta, além dos pedidos para trazer aviões de TAM e Gol, vem da
Ocean Air. O grupo, controlador
de outras empresas aéreas na
América Latina, comprou 29 Fokker-100 recentemente e realiza estudos para trazer cinco ou seis
desses aviões para o Brasil.
O diretor comercial da BRA,
Walter Folegatti, declarou que a
empresa aérea, que hoje opera exclusivamente vôos fretados, estuda substituir sua frota atual por 20
aeronaves da fabricante brasileira
de aviões Embraer.
"Seria uma grande vantagem ter
assistência técnica ao lado da minha base. Já estamos mantendo
conversas com a Embraer para
analisar o custo", afirmou.
Mais aéreas
Outra fonte de preocupação é a
possibilidade de entrada em operação no setor de mais companhias aéreas. O DAC já deu a autorização jurídica para a criação
de mais nove empresas -entre
regulares, que operam vôos fretados, e de cargas. Entre elas está a
WebJet, de vôos regulares, que está cumprindo as últimas exigências do órgão federal para entrar
em operação.
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