São Paulo, quinta-feira, 10 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Alta do dólar perde força após atuação do BC; risco-país sobe e Bolsa recua após relatório do Fed

BC decide vender menos título cambial

DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central vendeu ontem menos títulos de "swap" cambial que o esperado, decisão que fez com que o dólar tivesse alta moderada. A moeda americana chegou a subir 1,38%, mas perdeu força após o leilão feito pelo BC no início da tarde. O dólar fechou a R$ 2,705, alta de 0,37%.
Dos 40 mil contratos (cerca de US$ 1,96 bilhão) do chamado "swap cambial reverso" que o mercado esperava que fossem negociados, o BC se dispôs a vender apenas 30,4 mil (aproximadamente US$ 1,48 bilhão).
Analistas avaliam que os bancos pediram taxas acima do que o BC estava interessado em pagar. Por isso, foi negociado um montante menor. Foi a primeira vez que o BC não vendeu todo o lote ofertado desde que começou a leiloar semanalmente esses contratos, há pouco mais de um mês.
Com esse "swap cambial reverso", o BC reduz a parcela da dívida pública atrelada ao câmbio e diminui a força de apreciação do real. Isso acontece porquê os contratos têm o mesmo efeito de compras de moeda no mercado futuro, ou seja, ajudam a enxugar dólares do mercado.
Relatório divulgado na tarde de ontem pelo Fed (o BC dos EUA) gerou especulações de que o sólido crescimento da economia do país poderia causar aceleração da inflação e altas mais agressivas dos juros. Isso trouxe desconforto ao mercado, impulsionando os juros dos títulos americanos.
Esse cenário "roubou" recursos de títulos de emergentes, como o Brasil. Como conseqüência, o Global 40 caiu 1,94%, e os C-Bonds perderam 0,49%, movimento que pressionou o risco-país. Às 19h, o risco brasileiro estava a 385 pontos, alta de 2,39%.
A Bovespa, que tem sido sustentada em grande parte pelos investidores estrangeiros, caiu 1,75%.
Para a reunião do Copom da próxima semana, as apostas de que a taxa básica subirá de 18,75% para 19,25% ganharam mais adeptos. Com isso, as projeções dos juros subiram um pouco na BM&F.
Para Istvan Kasznar, economista-chefe do Sindicato das Financeiras do Estado do Rio de Janeiro, a taxa Selic deve subir 0,25 ponto percentual na semana que vem. "Mas o Copom poderá optar por uma elevação de 0,50 ponto. De qualquer modo, a partir de abril os juros ficarão inalterados até meados do segundo semestre", diz. (FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: Comércio: Brasileiro se diz otimista sobre a eleição na OMC
Próximo Texto: O vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.