SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE

A Companhia Vale do Rio Doce anunciou ontem acordos de reajuste do minério de ferro e pelotas com mais duas siderúrgicas européias.
As italianas Ilva e Lucchini aceitaram o aumento de 71,5%, a exemplo do grupo europeu Arcelor e de clientes na Ásia e na Oceania (Baosteel, China Steel, Posco, Blue Scope Steel e Nippon Steel).
As siderúrgicas italianas também fecharam acordo para os preços de pelotas (minério de ferro de maior qualidade): reajuste de 86,67% do produto embarcado do porto de Tubarão (ES) e de 86,43% para embarques no porto de Ponta da Madeira (MA). Esses percentuais são idênticos aos acertados com o grupo Arcelor, maior cliente da Vale.
Em nota, a Vale informou que os acordos com as siderúrgicas italianas envolvem o fornecimento de cerca de 6 milhões de toneladas de minério e pelotas em 2005.
A tradição do setor é que o primeiro grande contrato acertado sirva de referência para os demais. O primeiro foi com a Nippon Steel, maior siderúrgica do Japão, anunciado no dia 22 de fevereiro.
Segundo analistas, o aumento do minério de ferro causará uma pressão inflacionária. As siderúrgicas, que compram o minério da Vale para produzir o aço, vão repassar a alta dos custos para seus preços.
Esse repasse provocará uma onda de reajustes na cadeia industrial, terminando no varejo com aumentos de produtos como carros e eletrodomésticos, que usam o aço como matéria-prima.
O governo tenta minimizar essa onda de reajustes com a liberação de compra de produtos siderúrgicos no exterior sem tarifa de importação, autorizada na semana passada pela Camex (Câmara de Comércio Exterior).


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