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Mercado usa semana para reavaliar seu pessimismo
PIB, ata do Copom e IPCA de fevereiro são os destaques
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro inicia a
semana de olho em indicadores
de inflação e de atividade econômica para definir o rumo nos
próximos dias. Uma parte dos
analistas acha ainda cedo para
apostar na melhora geral dos
preços de ações, commodities e
títulos devido às incertezas em
relação ao desempenho da economia norte-americana.
A segunda metade da semana
passada foi marcada pelo retorno do pessimismo externo com
o temor de que grandes fundos
e empresas do setor imobiliário
assumam mais perdas contábeis por conta do aumento da
inadimplência e da desvalorização dos títulos "subprime"
(de segunda linha) do setor
imobiliário nos EUA. Na semana passada, a Bolsa de Nova
York teve perdas de 3,04% no
índice Dow Jones e de 2,8% no
S&P 500 -no ano, chegam a
10,34% e 11,92%, respectivamente. O mercado brasileiro
registrou recuo menor. A Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo) caiu 2,55% na semana.
Na agenda interna, os destaques ficam por conta da divulgação, na terça, do IPCA de fevereiro e, na quarta, do resultado do PIB. Na quinta, sai a ata
do Copom, que manteve os juros em 11,25% em fevereiro.
Para o PIB, a expectativa é de
variação de 5,3% no ano como
um todo. Dados fortes sobre o
nível de investimento e do consumo das famílias podem motivar o otimismo em relação ao
desempenho do mercado doméstico nos próximos meses.
Na avaliação de Francisco Pessoa, da LCA Consultores, o consumo das famílias cresceu 6%
no ano passado e os investimentos, 13,5%. Marcela Prada,
da Tendências, espera alta de
6,1% no consumo das famílias e
de 13,4% nos investimentos.
Já para o IPCA, a previsão é
de desaceleração para 0,45%
em fevereiro, após alta de
0,54% em janeiro.
Na avaliação de Elson Teles,
da corretora Concórdia, a ata
do Copom deverá manter o discurso habitual de permanência
dos fatores de riscos para a trajetória de inflação, especialmente em relação ao aquecimento da demanda e à pressão
dos preços das commodities.
EUA
O indicador mais aguardado
no mercado externo é o CPI
(Índice de Inflação ao Consumidor) de fevereiro, que sai na
sexta e deve ficar em 0,3%.
Com isso, a inflação cairia em
12 meses de 4,3% para 4,2%.
"Apesar da inflação, o Fed
[Federal Reserve, BC dos EUA]
tem sinalizado que sua prioridade é evitar que a economia
entre em recessão, deixando o
combate à inflação para um segundo momento. O mercado
deu uma piorada na semana
passada, com o aumento da
aversão ao risco. Surgiram novos problemas relacionados ao
crédito. A percepção é que a situação é grave", disse Teles.
Outro indicador com potencial para azedar ainda mais o
humor dos investidores será a
posição das vendas no varejo
americano em fevereiro, que
sai na quinta. Os analistas prevêem alta de 0,3% na vendas,
que estão fracas desde o início
do ano e apontam para queda
de confiança do consumidor.
Além dos indicadores, o mercado também acompanhará
com atenção os preços do petróleo. Na semana passada, a
cotação chegou perto de US$
106 o barril em Nova York. A alta do petróleo pode contaminar
a inflação americana, pressionando o Fed a parar a política
de redução dos juros.
"Para esta semana, esperamos mais uma vez o predomínio da volatilidade. Importantes notícias deverão definir o humor dos investidores. Na semana passada, a volatilidade
veio da inundação dessas informações", avalia a Coinvalores.
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