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Ativistas prometem protestos gigantescos
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
As sedes do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Bird
(Banco Mundial) fazem parte de
um roteiro de manifestações contra a Guerra do Iraque programadas para este final de semana, em
Washington, que inclui também
os prédios da Halliburton (gigante do setor de energia e engenharia) e da rede de TV Fox.
Neste final de semana, será realizado o encontro conjunto de
primavera do Fundo e do Bird, do
qual participam ministros das Finanças e presidentes de bancos
centrais de vários países.
Ativistas de organizações não-governamentais esperam realizar
o maior protesto já feito durante
uma reunião do FMI, uma das datas preferidas para manifestações
contra o capitalismo e a globalização. A última grande manifestação em Washington contra o FMI
e o Bird foi há exatamente três
anos.
Peta Lindsay, da ONG ANSWER (sigla em inglês para "Aja
agora para impedir a guerra e acabar com o racismo") -uma das
organizações mais engajadas na
realização dos protestos)-, acredita que as manifestações devem
reunir cerca de 500 mil pessoas,
mesmo número registrado em
protestos contra o início da guerra realizados em janeiro deste ano
na capital americana.
A Halliburton e a Fox são consideradas pelos ativistas como símbolos da agressão americana ao
Iraque. A gigante americana de
energia foi presidida até 2000 pelo
vice-presidente Dick Cheney, um
dos principais articuladores da
guerra contra os iraquianos.
A Halliburton está hoje no centro das discussões do real interesse da administração do presidente George W. Bush no conflito. A
empresa foi contratada pelo governo americano para apagar incêndios em poços de petróleo iraquianos.
Já o motivo para a escolha da
Fox pelos manifestantes é outro.
Eles alegam que a cobertura da
guerra feita pelo canal de notícias
Fox News é totalmente tendenciosa, que exalta somente os feitos
das tropas americanas.
"O que eles fazem não é jornalismo, não é retratar as notícias
factuais, mas sim fazer propaganda do governo americano", disse
Lindsay à Folha.
Segundo Katherine Hoyt, integrante da ONG Solidariedade Latino-Americana, a inclusão do
FMI e do Bird nos protestos se deve ao papel das instituições como
instrumento de domínio americano em outros países.
As duas principais manifestações estão marcadas para sábado
e domingo. Panfletos estão sendo
distribuídos em várias cidades
americanas para que as pessoas se
dirijam a Washington.
Os ativistas têm recorrido a argumentos econômicos para convencer as pessoas a participar das
manifestações. O título de um dos
panfletos é "US$ 200 bilhões para
empregos e educação, não para a
Guerra no Iraque".
Lindsay teme que muitas pessoas não compareçam às manifestações por se deixar intimidar
por aqueles que são favoráveis à
guerra. Ela disse que tem recebido
muitas ligações na sede da ONG
em Washington de pessoas indecisas sobre a participação ou não
nos protestos.
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