A inflação de 0,48% divulgada ontem pelo IBGE, bem acima da média de 0,35% projetada pelo mercado, levou a maior parte dos analistas a acreditar numa alta dos juros na reunião do Copom da próxima semana. Mesmo aqueles que apostavam na manutenção dos 11,25% da taxa básica de juros reviram suas posições e passaram a acreditar numa alta de, pelo menos, 0,25 ponto percentual.
O presidente do Banco Itaú, Roberto Setubal, acha que a economia no Brasil está muito aquecida e uma redução no ritmo do crescimento seria, a seu ver, bastante salutar para todos. O importante, para Setubal, é a sustentabilidade do ritmo do crescimento.
"O melhor é tomar logo as providências que precisam ser tomadas para evitar que, lá na frente, tenha que ser necessário tomar uma dose mais forte do remédio", diz ele.
Segundo Setubal, o Banco Central tem demonstrado muita competência na condução da política monetária e, se ele entende que deva subir o juro, o melhor é se dar crédito de confiança à autoridade monetária.
"O Banco Central acertou 90% das decisões nos últimos anos e não será desta vez que irá errar", disse Setubal. "Tenho confiança na decisão do Banco Central, mesmo se tiver dúvida da necessidade de subir o juro."
Sobre a crise internacional, Setubal manifestou otimismo. Ele acha que a volatilidade internacional vai continuar por um tempo, mas há sinais de que o sistema financeiro começa a se recuperar, especialmente nos Estados Unidos.
Para o presidente do Itaú, o mercado financeiro já passou pelo seu pior momento, que foi a intervenção do Fed (o banco central americano) no Bear Stearns. Agora, a tendência é a de recuperação, embora ele faça a ressalva de que a economia ainda deva sofrer algumas dores, com perdas de empregos e outras conseqüências negativas. O que não se sabe, no entanto, segundo ele, é a velocidade dessa recuperação.
"Quanto mais rápida for a retomada do crescimento da economia americana, mais rápida também será a recuperação do sistema financeiro", afirma. "O Brasil vai passar muito bem por tudo isso."

CONGESTIONAMENTO NACIONAL

A medida adotada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), para proibir a circulação de caminhões no centro expandido da cidade durante o dia incomodou representantes do setor de transportes em todo o país. Newton Gibson, presidente da ABTC (Associação Brasileira de Transporte de Carga), afirma que São Paulo concentra a comercialização de itens produzidos no Brasil todo. "Um caminhão que sai do Nordeste se submete também", diz. Segundo Gibson, haverá alta nos custos da distribuição com a medida. As seguradoras, segundo ele, cobrarão mais porque à noite há maior risco de assaltos e a mão-de-obra ficará mais cara com o pagamento do adicional noturno. "Kassab tem que pensar nos pólos de confecção e de produção de frutas no Nordeste ou em outras regiões que abastecem São Paulo."

CONSTRUÇÃO:
NÚMERO DE EMPREGADOS BATE RECORDE EM 13 ANOS, DIZ SINDICATO
O número de trabalhadores empregados na construção civil no Brasil bateu recorde em 13 anos. No primeiro bimestre, o setor tinha 1,9 milhão de trabalhadores, recorde desde 1995, quando o SindusCon-SP começou a pesquisa mensal com a metodologia atual. Desde 2002, a FGV faz a pesquisa em parceria. Em janeiro e fevereiro, o setor contratou 74,6 mil funcionários. Comparado com o número de trabalhadores empregados no fim de dezembro, a alta foi de 4%. O avanço em 12 meses foi de 15,8%. No Estado de SP, no final de fevereiro, a construção empregava 542 mil trabalhadores - 20,9% de incremento em relação a fevereiro de 2007.

LOTAÇÃO
Um Boeing-737/300 da Webjet estará a postos, em Porto Alegre, esperando políticos, empresários e personalidades que irão ao casamento da filha da ministra Dilma Rousseff, Paula, no dia 18. De lá, embarcam às 23h30 para o Fórum de Líderes, em Comandatuba (BA). Estão confirmados no vôo fretado José Múcio, Arlindo Chinaglia, Jaques Wagner e Jorge Gerdau.

PAÍSES BAIXOS
A presidente da Embratur, Jeanine Pires, reúne-se hoje com as 25 maiores operadoras de turismo dos Países Baixos para incluir novos destinos brasileiros em seus catálogos. "Detectamos alto potencial de crescimento na vinda dos turistas", diz Pires, que amanhã vai encontrar investidores do setor.

RISCO-PAÍS
Jérôme Cazes, presidente mundial do grupo segurador Coface, vem hoje ao Brasil para apresentar a empresários o risco-país que a companhia elabora. O executivo traz a notícia de elevação do Brasil a grau de investimento no rating da empresa.

FIEL AMIGO
A demanda por mordomos está crescendo em Londres. A procura pode estar sendo causada pelo aumento da presença de oligarcas russos e bilionários administradores de fundos de "hedge". O estilo de ostentação de status é bem específico e inclui trabalhos como passar os jornais para eliminar rugas e até pilotar aviões. Os melhores mordomos ganham cerca de 70 mil libras esterlinas por ano, o dobro da remuneração média de um programador de software em Londres.