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Banqueiros vêem Citigroup como sinal de mudanças
de Tóquio
Banqueiros japoneses dizem estar vendo a fusão entre o grupo
Travelers e o Citicorp (Citigroup)
como um aviso para que acelerem
o processo de modernização de
suas instituições.
"Fiquei chocado no dia em que
soube", disse Satoru Kishi, diretor
da federação dos bancos japoneses
e presidente do Banco Tokyo-Mitsubishi.
"Não podemos ficar parados",
afirmou Kishi, por meio de sua assessoria.
Ele não mencionou, no entanto,
a possibilidade de fusões entre as
grandes instituições financeiras
japonesas como forma de defesa
do mercado local.
Os bancos japoneses sofrem
uma grave crise financeira e também uma consequente falta de
credibilidade.
Durante a década de 80, os dez
maiores bancos do mundo eram
japoneses.
A supremacia parecia ter se fortalecido ainda mais com a gigantesca fusão, em 1996, do Banco de
Tóquio com o Banco Mitsubishi.
Desta operação, nasceu então a
maior instituição financeira do
mundo, o Banco Tokyo-Mitsubishi, dirigido por Kishi, com ativos
estimados atualmente em US$ 647
bilhões.
Mas a situação mudou. E muito.
Pelos dados dos balanços de
1997, apenas duas instituições japonesas -Banco Tokyo-Mitsubishi e o Sumitomo- estavam entre as cinco maiores do mundo.
Com a virtual criação do Citigroup, o Tokyo-Mitsubishi perde
a supremacia como a maior instituição em ativos.
Além disso, ele começa a enfrentar, em seu próprio mercado doméstico, uma competição acirrada.
Com as denúncias de escândalos
no mercado financeiro e com a falência de instituições financeiras
japonesas, o Citibank dobrou seu
volume de captação de depósitos
no Japão no passado e vem conseguindo reduzir, cada vez mais, a
desconfiança que os japoneses
têm em relação às instituições estrangeiras.
Com a criação do Citigroup, o
Citibank poderia aumentar o número de produtos oferecidos aos
japoneses.
Um deles, por exemplo, seria o
aceso aos fundos mútuos administrados pela Salomon Smith Barney, do grupo Travelers.
Isso se daria a partir de novembro, quando começa a vigorar
uma lei autorizando o investimento japonês em fundos como os da
Salomon.
Investidores ouvidos pela Folha
disseram que os grandes bancos
japoneses tendem a perder mercado, mas é pouco provável que se
fundam.
Segundo eles, as fusões programadas para o mercado japonês
envolvem os bancos de investimento, e não de varejo.
Os bancos de investimento foram os mais afetados pela crise financeira asiática, pois haviam investido fortemente nos setores
imobiliário e mobiliário (ações)
em países que tiveram suas economias abaladas como a Malásia e a
Tailândia.
(MA)
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