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OVOS DE PÁSCOA
Lojas Americanas repõe estoque durante a noite para atender demanda 10% superior à prevista; redes dizem que não haverá sobras
Lojas fazem pedido de última hora à indústria
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
Grandes cadeias de lojas e de supermercados passaram a semana
tentando adquirir ovos de Páscoa
extras da indústria para atender à
demanda de última hora -10%
maior do que a prevista, que já era
15% superior à de 97.
A Lojas Americanas, com 110 lojas no país, está fazendo reposições durante a noite em alguns dos
seus mais importantes pontos-de-venda.
A previsão da empresa é comercializar neste ano cerca de 16 milhões de ovos, 10% mais do que em
97. Até o início desta semana a rede já havia vendido quase 80% do
seu estoque.
Além de fazer encomenda extra
à indústria, a rede está transferindo ovos dos pontos-de-venda
mais fracos para os mais fortes e
reforçando a compra de outras variedades de chocolate, como bombons e tabletes.
Comércio e indústria acreditam
que a venda de ovos de chocolate
cresceu neste ano porque os fabricantes apostaram em ovos menores, portanto, mais em conta.
Isso significa que, neste ano, há
uma grande oferta de ovos de 250
gramas, que custam de R$ 5 a R$
6,50 a unidade. Em 97, parte da
produção estava concentrada em
ovos de 375 gramas -R$ 8 cada.
"Os fabricantes apostaram em
ovos menores e em temas, como
turma da Mônica, Xuxa, Angélica
etc., o que estimulou o consumo",
diz Paulo Humberg, superintendente de marketing da Lojas Americanas.
Sem sobras
O grupo Pão de Açúcar espera
vender 3,5 milhões de ovos, cerca
de 10% mais do que em 97. A demanda durante esta semana
-cerca de 80% do estoque já foi
vendido-leva a rede a apostar
que não haverá sobra do produto.
"As vendas superaram a expectativa", diz Antonio Paya Toro, diretor. Segundo ele, está difícil repor os ovos porque a indústria já
encerrou a produção. "O que está
havendo é um remanejamento de
produtos entre as lojas."
O Carrefour, com 49 lojas, se
programou para vender um volume 15% maior do que o do ano
passado. A diretoria da rede informa que as entregas da indústria estavam acontecendo ainda durante
esta semana e que a previsão era
não haver sobra do produto.
No Mappin e na Mesbla, que
reúnem 60 lojas, a expectativa é
comercializar mil toneladas de
chocolate. Durante a semana, algumas lojas já não tinham variedade de marcas e tamanhos, informa Paulo Pasian, diretor.
A Lojas Brasileiras, com 70 lojas
no país, também está otimista
com as vendas. A rede adquiriu 5
milhões de unidades. Entre os dias
28 de março e 7 deste mês, já havia
comercializado 3 milhões.
Na Casa Sendas, com 49 supermercados e cinco hipermercados,
as vendas cresceram 25% neste
ano na comparação com 97.
Nelson Sendas, diretor de compras, diz que os ovos temáticos estão estimulando o consumo. Pelos
seus cálculos, a Páscoa deve contribuir para que o faturamento da
empresa cresça 3% em abril sobre
igual período de 97.
No Cândia, com três lojas, as
vendas de ovos estão 25% maiores
do que no ano passado, segundo
Carlos Roberto Corazzin, diretor.
Com esse bom desempenho das
vendas de produtos típicos da Páscoa, como azeite e bacalhau, a rede espera faturar 30% mais sobre o
mesmo período de 97.
Indústria
A indústria produziu, neste ano,
cerca de 100 milhões de ovos, 43%
mais do que no ano passado (70
milhões de unidades).
Em toneladas, o crescimento foi
de 7,1% no período -de 14 mil
para 15 mil toneladas, informa a
Abicab (Associação Brasileira da
Indústria de Chocolates, Cacau e
Balas).
"Há três anos os preços dos ovos
estão iguais. Isso também explica
o aumento no consumo", diz Getúlio Ursulino Netto, presidente
da Abicab.
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