São Paulo, sexta, 10 de abril de 1998

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OVOS DE PÁSCOA
Lojas Americanas repõe estoque durante a noite para atender demanda 10% superior à prevista; redes dizem que não haverá sobras
Lojas fazem pedido de última hora à indústria

FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local

Grandes cadeias de lojas e de supermercados passaram a semana tentando adquirir ovos de Páscoa extras da indústria para atender à demanda de última hora -10% maior do que a prevista, que já era 15% superior à de 97.
A Lojas Americanas, com 110 lojas no país, está fazendo reposições durante a noite em alguns dos seus mais importantes pontos-de-venda.
A previsão da empresa é comercializar neste ano cerca de 16 milhões de ovos, 10% mais do que em 97. Até o início desta semana a rede já havia vendido quase 80% do seu estoque.
Além de fazer encomenda extra à indústria, a rede está transferindo ovos dos pontos-de-venda mais fracos para os mais fortes e reforçando a compra de outras variedades de chocolate, como bombons e tabletes.
Comércio e indústria acreditam que a venda de ovos de chocolate cresceu neste ano porque os fabricantes apostaram em ovos menores, portanto, mais em conta.
Isso significa que, neste ano, há uma grande oferta de ovos de 250 gramas, que custam de R$ 5 a R$ 6,50 a unidade. Em 97, parte da produção estava concentrada em ovos de 375 gramas -R$ 8 cada.
"Os fabricantes apostaram em ovos menores e em temas, como turma da Mônica, Xuxa, Angélica etc., o que estimulou o consumo", diz Paulo Humberg, superintendente de marketing da Lojas Americanas.
Sem sobras
O grupo Pão de Açúcar espera vender 3,5 milhões de ovos, cerca de 10% mais do que em 97. A demanda durante esta semana -cerca de 80% do estoque já foi vendido-leva a rede a apostar que não haverá sobra do produto.
"As vendas superaram a expectativa", diz Antonio Paya Toro, diretor. Segundo ele, está difícil repor os ovos porque a indústria já encerrou a produção. "O que está havendo é um remanejamento de produtos entre as lojas."
O Carrefour, com 49 lojas, se programou para vender um volume 15% maior do que o do ano passado. A diretoria da rede informa que as entregas da indústria estavam acontecendo ainda durante esta semana e que a previsão era não haver sobra do produto.
No Mappin e na Mesbla, que reúnem 60 lojas, a expectativa é comercializar mil toneladas de chocolate. Durante a semana, algumas lojas já não tinham variedade de marcas e tamanhos, informa Paulo Pasian, diretor.
A Lojas Brasileiras, com 70 lojas no país, também está otimista com as vendas. A rede adquiriu 5 milhões de unidades. Entre os dias 28 de março e 7 deste mês, já havia comercializado 3 milhões.
Na Casa Sendas, com 49 supermercados e cinco hipermercados, as vendas cresceram 25% neste ano na comparação com 97.
Nelson Sendas, diretor de compras, diz que os ovos temáticos estão estimulando o consumo. Pelos seus cálculos, a Páscoa deve contribuir para que o faturamento da empresa cresça 3% em abril sobre igual período de 97.
No Cândia, com três lojas, as vendas de ovos estão 25% maiores do que no ano passado, segundo Carlos Roberto Corazzin, diretor.
Com esse bom desempenho das vendas de produtos típicos da Páscoa, como azeite e bacalhau, a rede espera faturar 30% mais sobre o mesmo período de 97.
Indústria
A indústria produziu, neste ano, cerca de 100 milhões de ovos, 43% mais do que no ano passado (70 milhões de unidades).
Em toneladas, o crescimento foi de 7,1% no período -de 14 mil para 15 mil toneladas, informa a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau e Balas).
"Há três anos os preços dos ovos estão iguais. Isso também explica o aumento no consumo", diz Getúlio Ursulino Netto, presidente da Abicab.



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