UOL


São Paulo, sábado, 10 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ECONOMIA GLOBAL

Secretário do Tesouro apóia moeda valorizada, mas euro bate novo recorde e acumula alta de 26,6% em 12 meses

Mercado duvida do "dólar forte" de Snow

DA REDAÇÃO

O euro seguiu sua escalada de valorização ante o dólar e bateu o novo recorde dos últimos quatros anos. Pouco adiantou o secretário norte-americano do Tesouro, John Snow, ter declarado que o governo segue comprometido com uma política de dólar forte.
A moeda européia encerrou o dia cotada a US$ 0,1497 e acumula alta de 9,7% no ano. Nos últimos 12 meses, a valorização do euro já chega a 26,6%.
"Não temos uma meta para o dólar", disse Snow. "Nossa política é não intervir nos mercados. A melhor maneira de ter uma moeda forte é nos concentrarmos nos fundamentos econômicos."
Mas, para o mercado financeiro americano, já não faz parte da agenda da Casa Branca a política de estímulo a uma elevada cotação do dólar, iniciada pelo ex-secretário do Tesouro Robert Rubin, durante o governo de Bill Clinton (1993-2001).
"Para mim, está morta [a política de dólar forte". Se não está morta, está mutilada", afirmou Lara Rhame, da corretora Brown Brothers Harriman. "Desde que o governo Bush tomou posse, há uma tácita aceitação de um dólar mais fraco."
A depreciação do dólar na comparação com as moedas dos principais parceiros comerciais dos EUA ajuda o país a ajustar seu colossal déficit, que, no ano passado, ficou em torno de 5% do PIB (Produto Interno Bruto). A indústria do país seria favorecida, o que pode ajudar na recuperação econômica.
Já a zona do euro, cuja economia está praticamente estagnada, tende a ver sua crise se agravar ainda mais. Empresários, autoridades econômicas e analistas do continente cobram uma política mais agressiva do Banco Central Europeu, que desapontou na quinta-feira passada e não cortou a taxa de juros.
O primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, disse ontem que seria preocupante, para as exportações do país, que o euro permanecesse nos atuais patamares por um período prolongado. Em entrevista a um canal de TV, afirmou que uma redução na taxa de juros ajudaria.
"A prioridade das prioridades é crescimento e emprego. Desse ponto de vista, um corte nos juros, no momento apropriado, seria bem-vindo."
Sobre a cotação do euro, afirmou: "Penso que é preocupante, porque nosso comércio exterior seria prejudicado". Mas Raffarin destacou que respeita a independência do BCE.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Freada: Produção da indústria recua 3,4%, diz IBGE
Próximo Texto: Panorâmica - Enfermidade: Crescimento na Ásia cai com Sars, diz banco
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.