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ECONOMIA GLOBAL
Secretário do Tesouro apóia moeda valorizada, mas euro bate novo recorde e acumula alta de 26,6% em 12 meses
Mercado duvida do "dólar forte" de Snow
DA REDAÇÃO
O euro seguiu sua escalada de
valorização ante o dólar e bateu o
novo recorde dos últimos quatros
anos. Pouco adiantou o secretário
norte-americano do Tesouro,
John Snow, ter declarado que o
governo segue comprometido
com uma política de dólar forte.
A moeda européia encerrou o
dia cotada a US$ 0,1497 e acumula
alta de 9,7% no ano. Nos últimos
12 meses, a valorização do euro já
chega a 26,6%.
"Não temos uma meta para o
dólar", disse Snow. "Nossa política é não intervir nos mercados. A
melhor maneira de ter uma moeda forte é nos concentrarmos nos
fundamentos econômicos."
Mas, para o mercado financeiro
americano, já não faz parte da
agenda da Casa Branca a política
de estímulo a uma elevada cotação do dólar, iniciada pelo ex-secretário do Tesouro Robert Rubin, durante o governo de Bill
Clinton (1993-2001).
"Para mim, está morta [a política de dólar forte". Se não está
morta, está mutilada", afirmou
Lara Rhame, da corretora Brown
Brothers Harriman. "Desde que o
governo Bush tomou posse, há
uma tácita aceitação de um dólar
mais fraco."
A depreciação do dólar na comparação com as moedas dos principais parceiros comerciais dos
EUA ajuda o país a ajustar seu colossal déficit, que, no ano passado,
ficou em torno de 5% do PIB
(Produto Interno Bruto). A indústria do país seria favorecida, o
que pode ajudar na recuperação
econômica.
Já a zona do euro, cuja economia está praticamente estagnada,
tende a ver sua crise se agravar
ainda mais. Empresários, autoridades econômicas e analistas do
continente cobram uma política
mais agressiva do Banco Central
Europeu, que desapontou na
quinta-feira passada e não cortou
a taxa de juros.
O primeiro-ministro francês,
Jean-Pierre Raffarin, disse ontem
que seria preocupante, para as exportações do país, que o euro permanecesse nos atuais patamares
por um período prolongado. Em
entrevista a um canal de TV, afirmou que uma redução na taxa de
juros ajudaria.
"A prioridade das prioridades é
crescimento e emprego. Desse
ponto de vista, um corte nos juros, no momento apropriado, seria bem-vindo."
Sobre a cotação do euro, afirmou: "Penso que é preocupante,
porque nosso comércio exterior
seria prejudicado". Mas Raffarin
destacou que respeita a independência do BCE.
Com agências internacionais
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