São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 2005

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MERCADO ABERTO

Indústria perde fôlego no 1º trimestre

Depois de ter quebrado o recorde de rentabilidade em 2004, a indústria já mostra cada vez mais sinais de ter perdido o fôlego em 2005. Os resultados no primeiro trimestre deste ano não são tão favoráveis como os do ano passado.
Segundo levantamento preliminar do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), com base no balanço já publicado por 18 empresas em cinco diferentes setores, a rentabilidade sobre a receita líqüida caiu em dois segmentos (papel e celulose e bebidas e fumo), manteve-se estável em um (material de transporte) e subiu em dois (química e siderurgia).
Os cinco segmentos, segundo o Iedi, representam cerca de 40% do faturamento total da amostra de 112 empresas do estudo referente a 2004, e 60%, sem considerar a Petrobras. No estudo, o Iedi comparou o primeiro trimestre de 2003, 2004 e 2005.
Os dados de endividamento da indústria também são preocupantes. Dos cinco setores pesquisados pelo Iedi, o nível de endividamento das empresas sobre o ativo total aumentou em três (papel e celulose, química e siderurgia) e caiu em dois (bebidas e fumo e material de transporte).
Para o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, do Iedi, essas indicações preliminares sugerem que o desempenho das grandes empresas industriais no início de 2005 já não parece apresentar índices de rentabilidade e de endividamento tão favoráveis em comparação a 2004.
O economista considera que a queda na rentabilidade em alguns setores, como o de bebidas e fumo, já reflete os efeitos da retração no mercado interno em razão da alta das taxas de juros pelo Banco Central. Em papel e celulose, Gomes de Almeida atribui a menor rentabilidade à redução no ritmo das exportações.

NOVA FRENTE
As siderúrgicas devem ganhar hoje um novo aliado na guerra contra a Vale do Rio Doce. Paulo Protásio, presidente da Anut (Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga), irá ao Cade apresentar o parecer da entidade sobre a participação da Vale na ferrovia MRS Logística, um dos principais canais de exportação do país. O Cade está julgando se a posição da Vale na MRS fere ou não os princípios da livre concorrência. Protásio, que não quis adiantar a posição da Anut, afirmou apenas que "para nós, há hoje uma série de constrangimentos". A Anut representa diversos setores.

INVESTIMENTO
A Pirelli inicia amanhã oficialmente as obras da fábrica de cabos umbilicais em Vila Velha (ES), cujo investimento chega a R$ 80 milhões. A planta atenderá à indústria de petróleo.

DA MADEIRA AO PAPEL
Uma das principais livrarias "independentes" de SP, a Livraria da Vila abre na próxima segunda sua terceira unidade, agora na Casa do Saber, a "Daslusp", em SP. A expansão -a segunda loja foi aberta em janeiro- faz parte dos planos de Samuel Seibel, que assumiu a livraria em 2002 após deixar com os irmãos o comando da rede Leo Madeiras, onde ficou por 20 anos. "Sempre fui freqüentador de livrarias. Quando surgiu a chance de comprar a Livraria da Vila, foi a realização de um sonho."

TOUR DO VINHO
Acontece hoje em SP a terceira etapa do 2º Circuito de Degustação de Vinhos do Brasil, promovido pelo Instituto Brasileiro do Vinho com 20 vinícolas do país. O evento começou no último dia 27 em Porto Alegre, passou por Curitiba e ainda ocorre em Brasília (amanhã) e no Rio (quinta).

OS LIMITES DO BC
A gestão de Henrique Meirelles no BC ganha a cada dia mais críticos. Desta vez, o ataque partiu de um de seus maiores defensores, o ex-presidente do BC Gustavo Loyola. Em nota para a consultoria Tendências, da qual é sócio, Loyola diz que "o movimento atual de apreciação acelerada do real é uma dessas situações em que os benefícios de uma intervenção superam seus custos". Para Loyola, "a presente dinâmica do mercado de câmbio tem aspectos perversos, pois vem exacerbando a tendência altista do real". Segundo Loyola, "não há regra para determinar o momento e o volume adequados para a intervenção dos bancos centrais nos mercados cambiais. No entanto a experiência ensina que posições dogmáticas, nesse tema, são indesejáveis". Para ele, "nem a flutuação "limpa" nem uma regra automática de intervenção trazem os melhores resultados do ponto de vista dos interesses da política macroeconômica". Por essa razão, os BCs devem estar sempre avaliando o momento da intervenção. O título da nota é "Câmbio: há limites para a não-intervenção".


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