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MERCADO ABERTO
Indústria perde fôlego no 1º trimestre
Depois de ter quebrado o recorde de rentabilidade em
2004, a indústria já mostra
cada vez mais sinais de ter
perdido o fôlego em 2005. Os resultados no primeiro trimestre
deste ano não são tão favoráveis
como os do ano passado.
Segundo levantamento preliminar do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), com base no balanço já
publicado por 18 empresas em
cinco diferentes setores, a rentabilidade sobre a receita líqüida
caiu em dois segmentos (papel e
celulose e bebidas e fumo), manteve-se estável em um (material
de transporte) e subiu em dois
(química e siderurgia).
Os cinco segmentos, segundo o
Iedi, representam cerca de 40%
do faturamento total da amostra
de 112 empresas do estudo referente a 2004, e 60%, sem considerar a Petrobras. No estudo, o Iedi
comparou o primeiro trimestre
de 2003, 2004 e 2005.
Os dados de endividamento da
indústria também são preocupantes. Dos cinco setores pesquisados pelo Iedi, o nível de endividamento das empresas sobre o
ativo total aumentou em três (papel e celulose, química e siderurgia) e caiu em dois (bebidas e fumo e material de transporte).
Para o economista Júlio Sérgio
Gomes de Almeida, do Iedi, essas
indicações preliminares sugerem
que o desempenho das grandes
empresas industriais no início de
2005 já não parece apresentar índices de rentabilidade e de endividamento tão favoráveis em
comparação a 2004.
O economista considera que a
queda na rentabilidade em alguns setores, como o de bebidas
e fumo, já reflete os efeitos da retração no mercado interno em
razão da alta das taxas de juros
pelo Banco Central. Em papel e
celulose, Gomes de Almeida atribui a menor rentabilidade à redução no ritmo das exportações.
NOVA FRENTE
As siderúrgicas devem ganhar
hoje um novo aliado na guerra
contra a Vale do Rio Doce. Paulo
Protásio, presidente da Anut
(Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga), irá
ao Cade apresentar o parecer da
entidade sobre a participação da
Vale na ferrovia MRS Logística,
um dos principais canais de exportação do país. O Cade está
julgando se a posição da Vale na
MRS fere ou não os princípios da
livre concorrência. Protásio, que
não quis adiantar a posição da
Anut, afirmou apenas que "para
nós, há hoje uma série de constrangimentos". A Anut representa diversos setores.
INVESTIMENTO
A Pirelli inicia amanhã oficialmente as obras da fábrica de cabos umbilicais em Vila Velha
(ES), cujo investimento chega a
R$ 80 milhões. A planta atenderá
à indústria de petróleo.
DA MADEIRA AO PAPEL
Uma das principais livrarias
"independentes" de SP, a Livraria da Vila abre na próxima segunda sua terceira unidade, agora na Casa do Saber, a "Daslusp",
em SP. A expansão -a segunda
loja foi aberta em janeiro- faz
parte dos planos de Samuel Seibel, que assumiu a livraria em
2002 após deixar com os irmãos
o comando da rede Leo Madeiras, onde ficou por 20 anos.
"Sempre fui freqüentador de livrarias. Quando surgiu a chance
de comprar a Livraria da Vila, foi
a realização de um sonho."
TOUR DO VINHO
Acontece hoje em SP a terceira
etapa do 2º Circuito de Degustação de Vinhos do Brasil, promovido pelo Instituto Brasileiro do
Vinho com 20 vinícolas do país.
O evento começou no último dia
27 em Porto Alegre, passou por
Curitiba e ainda ocorre em Brasília (amanhã) e no Rio (quinta).
OS LIMITES DO BC
A gestão de Henrique Meirelles no BC ganha a cada dia
mais críticos. Desta vez, o ataque partiu de um de seus
maiores defensores, o ex-presidente do BC Gustavo Loyola. Em nota para a consultoria
Tendências, da qual é sócio,
Loyola diz que "o movimento
atual de apreciação acelerada
do real é uma dessas situações
em que os benefícios de uma
intervenção superam seus
custos". Para Loyola, "a presente dinâmica do mercado
de câmbio tem aspectos perversos, pois vem exacerbando
a tendência altista do real".
Segundo Loyola, "não há regra para determinar o momento e o volume adequados
para a intervenção dos bancos centrais nos mercados
cambiais. No entanto a experiência ensina que posições
dogmáticas, nesse tema, são
indesejáveis". Para ele, "nem
a flutuação "limpa" nem uma
regra automática de intervenção trazem os melhores resultados do ponto de vista dos
interesses da política macroeconômica". Por essa razão, os
BCs devem estar sempre avaliando o momento da intervenção. O título da nota é
"Câmbio: há limites para a
não-intervenção".
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