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NO LIMITE
Presidente da Câmara vê muita rigidez com sacoleiros "pobres"
Severino quer menos rigor
na fiscalização
na fronteira
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
O presidente da Câmara dos
Deputados, Severino Cavalcanti
(PP-PE), defendeu ontem que o
governo brasileiro afrouxe a fiscalização na fronteira entre o Brasil
e o Paraguai, em Foz do Iguaçu
(PR), onde sacoleiros brasileiros
têm sido barrados pela Polícia Federal por extrapolarem a cota de
compras em Ciudad del Este, hoje
limitada a US$ 300. Ele disse que
sua defesa não pode ser interpretada como estímulo ao descumprimento da lei. "Não sou favorável à desobediência da lei. Quero
que ela seja cumprida."
Severino não chegou a condenar claramente o aperto da fiscalização, mas disse que há "desigualdade de tratamento" da repressão ao contrabando sobre sacoleiros pobres. "Temos que fazer
alguma coisa porque, muitas vezes, prendem sacoleiros que têm
gasto dentro da cota permitida."
Ele ainda disse ser "contra a desonestidade da fiscalização" e
afirmou ter relatos de que a fiscalização tira dos sacoleiros mesmo
as mercadorias admitidas na cota,
quando há constatação de excessos. "Se o cidadão faz a declaração
[na alfândega], está protegido por
lei", disse.
Na solenidade de abertura da
Copa 2005 (6ª Assembléia Geral
da Confederação Parlamentar das
Américas), ontem pela manhã,
em Foz do Iguaçu, Severino disse
em discurso que irá apelar aos
presidentes do Brasil, Luiz Inácio
Lula da Silva, e do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, para que "acabem com essa fronteira perniciosa aos cidadãos dos dois países".
Mais tarde ele disse que se referiu
à fronteira no sentido retórico.
Desde o final do ano passado, a
Polícia Federal e a Receita Federal
brasileiras realizam operações na
ponte da Amizade -que liga Foz
do Iguaçu a Ciudad del Este- e
em rodovias para coibir o contrabando de mercadorias compradas no Paraguai.
O delegado-chefe da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Geraldo
da Silva Pereira, disse que quem
excede a cota de compras tem a
chance de declarar o excesso para
efeito de imposto na aduana da
ponte da Amizade, mas que, se
não o fizer, terá toda a mercadoria
recolhida se acabar barrado em
uma batida rodoviária.
A jornalista Mari Tortato viajou a convite da organização da Copa 2005 (6ª Assembléia da Confederação Parlamentar
das Américas)
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