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CRUSTÁCEO
Resultado de 2004 interrompe trajetória de alta que vinha desde 98
Produção de camarões recua 16%
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Censo da carcinicultura produzido pela ABCC (Associação Brasileira de Criadores de Camarão)
aponta recuo de 16% na produção
de camarão em cativeiro no ano
passado em relação a 2003. O
crustáceo é o principal produto
para exportação brasileira no setor de pescados. Foram produzidas 75,9 mil toneladas, contra 90,2
mil toneladas no ano anterior.
O resultado interrompeu uma
trajetória de alta que vinha desde
1998, quando começaram efetivamente os negócios com o exterior,
segundo dados da ABCC divulgados na sexta-feira passada.
O presidente da associação, Itamar Rocha, aponta uma enfermidade que atacou fazendas do
crustáceo no Nordeste e a ação
antidumping movida por produtores dos Estados Unidos contra
concorrentes brasileiros como as
causas para a retração.
No último trimestre de 2003 foi
identificado no Piauí o vírus da
mionecrose infecciosa (IMNV),
que se espalhou para o Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, que estão entre os
maiores produtores nacionais.
Segundo Rocha, um "estresse
ambiental" em razão de quantidades de chuvas acima das médias históricas em regiões do Nordeste provocou desequilíbrios em
criadouros que permitiram a proliferação do vírus. Ele explicou
que o IMNV está presente no ambiente e matou crustáceos debilitados pelas mudanças na temperatura e composição da água.
Sobre a redução dos negócios
com os EUA devido à sobretaxa
final de 7,05%, Rocha disse que,
desde o final de 2001, produtores
brasileiros vislumbravam a sobretaxação, o que levou muitos
deles a reduzir suas produções.
Na avaliação do presidente da
ABCC, 2004 só não foi pior para o
setor em razão do redirecionamento das exportações para a Europa, mercado que representou o
destino de 80,5% dos negócios. Os
dois países para onde o Brasil
mais mandou seu crustáceo foram França e Espanha.
Como conseqüência, a queda
na produção levou à redução de
12,4% na receita das exportações
do camarão cultivado, que caiu de
US$ 226 milhões em 2003 para
US$ 198 milhões em 2004.
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