São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 2005

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CRUSTÁCEO

Resultado de 2004 interrompe trajetória de alta que vinha desde 98

Produção de camarões recua 16%

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Censo da carcinicultura produzido pela ABCC (Associação Brasileira de Criadores de Camarão) aponta recuo de 16% na produção de camarão em cativeiro no ano passado em relação a 2003. O crustáceo é o principal produto para exportação brasileira no setor de pescados. Foram produzidas 75,9 mil toneladas, contra 90,2 mil toneladas no ano anterior.
O resultado interrompeu uma trajetória de alta que vinha desde 1998, quando começaram efetivamente os negócios com o exterior, segundo dados da ABCC divulgados na sexta-feira passada.
O presidente da associação, Itamar Rocha, aponta uma enfermidade que atacou fazendas do crustáceo no Nordeste e a ação antidumping movida por produtores dos Estados Unidos contra concorrentes brasileiros como as causas para a retração.
No último trimestre de 2003 foi identificado no Piauí o vírus da mionecrose infecciosa (IMNV), que se espalhou para o Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, que estão entre os maiores produtores nacionais.
Segundo Rocha, um "estresse ambiental" em razão de quantidades de chuvas acima das médias históricas em regiões do Nordeste provocou desequilíbrios em criadouros que permitiram a proliferação do vírus. Ele explicou que o IMNV está presente no ambiente e matou crustáceos debilitados pelas mudanças na temperatura e composição da água.
Sobre a redução dos negócios com os EUA devido à sobretaxa final de 7,05%, Rocha disse que, desde o final de 2001, produtores brasileiros vislumbravam a sobretaxação, o que levou muitos deles a reduzir suas produções.
Na avaliação do presidente da ABCC, 2004 só não foi pior para o setor em razão do redirecionamento das exportações para a Europa, mercado que representou o destino de 80,5% dos negócios. Os dois países para onde o Brasil mais mandou seu crustáceo foram França e Espanha.
Como conseqüência, a queda na produção levou à redução de 12,4% na receita das exportações do camarão cultivado, que caiu de US$ 226 milhões em 2003 para US$ 198 milhões em 2004.


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