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MERCADO ABERTO
Inadimplência segura juro, diz Itaú
O
presidente do Banco Itaú,
Roberto Setubal, considera
preocupante o aumento da
inadimplência nos balanços
das instituições financeiras do
primeiro trimestre deste ano, o
que fez também com que elevasse a provisão para credores duvidosos. O Itaú divulgou ontem o
resultado relativo aos três primeiros meses do ano.
Segundo Setubal, a inadimplência tem sido o principal fator
que impede os bancos de baixar
os juros. "Os bancos estão mantendo as taxas de juros em razão
da inadimplência", diz. "Só
quando a inadimplência cair é
que os bancos vão retomar o movimento de queda dos juros."
Setubal afirmou que deu essa
explicação ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante reunião na sexta-feira passada, na
sede da Febraban, em São Paulo,
para discutir os juros cobrados
pelos bancos.
Mantega queria saber dos banqueiros o motivo de os "spreads"
não caírem no mesmo ritmo da
Selic. "Acho que o aumento da
inadimplência não estava no radar do ministro", diz Setubal.
De acordo com ele, esse aumento da inadimplência se deve
à desaceleração do crescimento
no ano passado. "A economia teve um soluço de crescimento no
ano passado, e isso afetou o desempenho das empresas."
Já para este ano, Setubal aposta
numa recuperação. Sua previsão
é a de um crescimento do PIB de
3,5% a 4%, o que pode ajudar a
baixar a inadimplência.
A partir dessa melhora no desempenho da economia, Setubal
acredita que, no segundo semestre, o ambiente já estará mais
propício à redução dos
"spreads". Ele espera que, nos
próximos meses, a economia reflita os efeitos da política de queda dos juros do Banco Central.
Por enquanto, os bancos estão
mais resistentes tanto a baixar os
juros como em expandir o crédito, apesar de a carteira de empréstimos dos bancos continuar
a crescer em ritmo acelerado.
TROCA NO IPEA
Mais uma baixa na equipe econômica. Glauco Arbix deixará a
presidência do Ipea, órgão vinculado ao Ministério do Planejamento. Em seu lugar deve assumir Luiz Henrique Proença Soares, atual diretor de cooperação
internacional e desenvolvimento.
A saída, acertada há alguns dias
com o ministro Paulo Bernardo,
será oficializada hoje aos funcionários do instituto. Arbix, muito
ligado ao ex-ministro Palocci, é
considerado um desenvolvimentista e foi um dos críticos da política de juros altos do BC.
ELEVAÇÃO
A escalada do cobre e do zinco continua a preocupar a indústria. No período de um ano
até a última sexta, os preços do
cobre na Bolsa de Metais de
Londres subiram 137%, para
US$ 7.805 a tonelada. Já a cotação do zinco, no mesmo período, subiu para US$ 3.510 a tonelada -alta de 186%. Além
do impacto em derivados diretos dos dois metais, como fios
elétricos e anodos, respectivamente, há os produtos que derivam de ambos, como o latão,
matéria-prima amplamente
utilizada na indústria.
ESCALADA
A compra do Pactual pelo UBS,
no total de US$ 3,1 bilhões, foi a
maior operação do sistema financeiro da história do país. O
UBS/Pactual se tornará o maior
banco de investimentos da América Latina. Segundo André Esteves, presidente do Pactual e novo
CEO do UBS na América Latina,
o negócio reflete principalmente
os bons fundamentos econômicos do país, especialmente num
ano de eleições presidenciais.
Aos 37 anos, Esteves deve se tornar um dos empreendedores
mais jovens a figurar na lista dos
bilionários da revista "Forbes".
Sua história é curiosa. Ele começou no Pactual em 1989 como
analista de sistemas, levado para
lá por Luís César Fernandes, fundador do banco. Até que foi chamado por acaso para cobrir as férias de um operador da mesa de
investimentos. Em poucos dias,
começou a apresentar os melhores resultados da mesa e nunca
mais voltou a trabalhar como
operador de sistemas. Em poucos anos, tornou-se sócio minoritário e, depois, majoritário.
ESTRATÉGIA PONTUAL
A Dumont Saab, um dos maiores grupos de relógios do país,
tem reposicionado suas marcas e aperfeiçoado as relações com
distribuidores para continuar a crescer. Ela investe em nichos
em que tenha maior vocação, como o de consumidores com menos de 20 anos-graças, nesse caso, à parceria com a americana
Timex, acertada em 2005. Outra "frente" envolve fortalecer o
contato com clientes por meio da verticalização do atendimento,
além de explorar canais com potencial de crescimento, como a
internet, diz José Ricardo Calil, novo diretor comercial do grupo.
Segundo ele, a expectativa é crescer de 12% a 15% no próximo
ano, ante uma previsão de 7,5% a 10% em 2006, justamente devido ao impacto das mudanças na estratégia à medida que forem
implantadas. Ele diz ainda que o acordo com a Timex pode resultar na utilização de canais de distribuição da marca americana no exterior para a entrada dos relógios da Dumont.
NOVA INVESTIDA
Depois de começar a vender
ingressos de cinema e teatro, o
Submarino lança hoje a sua
agência de turismo. A intenção é
oferecer pela internet acesso a
mais de 750 companhias aéreas,
55 mil hotéis em todo o mundo e
mais de 150 roteiros nacionais e
internacionais. O lançamento está inserido na estratégia da loja
virtual de ampliar a oferta de serviços em diferentes setores.
CAUTELA
O consumidor dá sinais de que
não pretende ficar ainda mais
endividado devido ao Dia das
Mães. Sondagem que a Fecomercio SP divulga hoje mostra
que 65% dos entrevistados pretendem pagar a compra à vista.
A intenção de 26% é usar o cartão de crédito, e só 6% disseram
pretender parcelar a compra no
carnê. Foram ouvidas 800 pessoas nos últimos dias 6 e 7.
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