|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Indicados são
desconhecidos
e militares
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DE LA SIERRA
A Petrobras Bolívia divulgou
ontem um duro comunicado em
relação à nomeação, feita na véspera pelo governo boliviano, de
quatro diretores e um síndico para as duas refinarias nacionalizadas pelo decreto do dia 1º de maio.
Na nota, a empresa brasileira afirma que, para que a medida seja
implantada, "há uma série de procedimentos e formalidades legais
e societárias que devem ser cumpridas previamente, de acordo
com a Constituição e as leis da República".
Esses procedimentos, diz a nota, incluem a negociação sobre os
termos, a formalização da transferência do controle acionário das
refinarias à YPFB (estatal petroleira boliviana) e até a reforma da
Lei das Privatizações do país.
Anteontem, YPFB anunciou,
em La Paz, os nomes de 20 diretores e dez síndicos para as cinco
empresas que, pelo decreto de nacionalização, passarão a ter o controle acionário do Estado. A lista
chamou a atenção por ser formada praticamente por desconhecidos e pela presença de quatro oficiais das Forças Armadas.
"É gente jovem ou de idade média, não muito conhecida na indústria petroleira, com a exceção
de José Luiz Roca, que é um historiador muito conhecido", disse à
Folha o analista Carlos Miranda,
tido como um dos principais especialistas em energia da Bolívia e
ex-superintendente de Hidrocarbonetos.
Um dos diretores nomeados para as refinaras, Santiago Sologuren, é dirigente da organização radical de esquerda Movimento Cívico Pátria e Soberania. Na coletiva, anteontem, disse que trabalharia de graça.
Em 2004, ele co-assinou o manifesto "Expulsemos as petroleiras", no qual se lê: "Transmitamos a essas multinacionais que
seu procedimento provocou lesões muito profundas na Bolívia
e, se não neste ano, será no próximo ou no seguinte... mas serão
expulsas destas terras".
Texto Anterior: Tensão entre vizinhos: Petrobras quer discutir a nomeação de bolivianos Próximo Texto: Tensão entre vizinhos: Preço do gás boliviano subiu 307% desde 99 Índice
|