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Alternativa a hidrelétricas do Madeira será carvão ou diesel, afirma ministra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A alternativa ao atraso nas
obras das usinas hidrelétricas
de Jirau e Santo Antônio, no rio
Madeira (RO), será uma termelétrica a diesel ou carvão. A informação é da ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil), ao falar
da possibilidade de o Ibama
não conceder a licença aos projetos até o final de maio.
Indagada sobre a solução para a geração da energia necessária se as obras das usinas atrasarem, a gerente do PAC respondeu: "Só tem duas. Como
você não tem gás suficiente,
tem [termelétrica] a diesel ou
carvão. Diesel é caríssimo, e
carvão não é dos mais baratos.
Mas vai ser uma delas".
Crítica da demora da área
ambiental em liberar as licenças para os projetos das hidrelétricas, a ministra não concorda que esteja fazendo "chantagem" ao dizer que a alternativa
é uma fonte de energia mais cara e poluente.
Outras fontes
Segundo ela, o governo terá
de buscar outras fontes no curto prazo caso não saia a liberação das obras em maio por causa da janela hidrológica, o ciclo
de chuvas na região amazônica.
"Depois de maio, as escavações
não podem ser feitas, aí só no
próximo ano."
Indagada se a geração de
energia no primeiro ano pelas
duas usinas não é pequeno, cerca de 500 megawatts, ela disse
que o problema é o efeito cascata que o atraso acarreta. "Você
atrasa na cadeia, se não entram
500 aqui, não entram 1.000 depois, é um efeito cascata", disse
a ministra.
Para reforçar seu argumento,
Dilma aponta uma obra carimbada de vermelho (preocupante) no PAC: o gasoduto Urucu-Coari-Manaus.
Ela abre no seu computador
a página sobre a obra e lê: "Baixa produtividade no andamento da obra devido ao elevado índice de chuvas".
Dilma evita fazer previsões
sobre o prazo de concessão das
licenças ambientais, que o presidente Lula espera obter até o
final deste mês. "Eu prefiro não
me manifestar, mesmo porque
não está sob meu controle, seria uma imprudência e subjetividade da minha parte."
A ministra, porém, evita entrar em confronto com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente). Segundo ela, a discussão sobre o tema, para ser produtiva, não pode estar centrada
entre escolher uma opção entre
o desenvolvimento econômico
e a preservação ambiental.
Dilma diz que o governo está
trabalhando na busca de um
ponto de convergência entre
energia e ambiente, não numa
aposta de separação.
(VC)
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