São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2007

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Alternativa a hidrelétricas do Madeira será carvão ou diesel, afirma ministra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A alternativa ao atraso nas obras das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira (RO), será uma termelétrica a diesel ou carvão. A informação é da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), ao falar da possibilidade de o Ibama não conceder a licença aos projetos até o final de maio.
Indagada sobre a solução para a geração da energia necessária se as obras das usinas atrasarem, a gerente do PAC respondeu: "Só tem duas. Como você não tem gás suficiente, tem [termelétrica] a diesel ou carvão. Diesel é caríssimo, e carvão não é dos mais baratos. Mas vai ser uma delas".
Crítica da demora da área ambiental em liberar as licenças para os projetos das hidrelétricas, a ministra não concorda que esteja fazendo "chantagem" ao dizer que a alternativa é uma fonte de energia mais cara e poluente.

Outras fontes
Segundo ela, o governo terá de buscar outras fontes no curto prazo caso não saia a liberação das obras em maio por causa da janela hidrológica, o ciclo de chuvas na região amazônica. "Depois de maio, as escavações não podem ser feitas, aí só no próximo ano."
Indagada se a geração de energia no primeiro ano pelas duas usinas não é pequeno, cerca de 500 megawatts, ela disse que o problema é o efeito cascata que o atraso acarreta. "Você atrasa na cadeia, se não entram 500 aqui, não entram 1.000 depois, é um efeito cascata", disse a ministra.
Para reforçar seu argumento, Dilma aponta uma obra carimbada de vermelho (preocupante) no PAC: o gasoduto Urucu-Coari-Manaus.
Ela abre no seu computador a página sobre a obra e lê: "Baixa produtividade no andamento da obra devido ao elevado índice de chuvas".
Dilma evita fazer previsões sobre o prazo de concessão das licenças ambientais, que o presidente Lula espera obter até o final deste mês. "Eu prefiro não me manifestar, mesmo porque não está sob meu controle, seria uma imprudência e subjetividade da minha parte."
A ministra, porém, evita entrar em confronto com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente). Segundo ela, a discussão sobre o tema, para ser produtiva, não pode estar centrada entre escolher uma opção entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.
Dilma diz que o governo está trabalhando na busca de um ponto de convergência entre energia e ambiente, não numa aposta de separação. (VC)


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