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Valor de tarifa de usinas só sai após licença, diz governo
Hidrelétricas do Madeira custariam R$ 10 bi adicionais
MARTA SALOMON
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Independentemente do aumento do custo das usinas hidrelétricas do rio Madeira previsto pelo consórcio Furnas-Odebrecht -cerca de R$ 10 bilhões acima dos investimentos
previstos pelo governo-, a estimativa de custo da tarifa de
energia elétrica a ser gerada no
empreendimento só será calculada após a emissão de licença
ambiental, informou ontem a
EPE (Empresa de Pesquisa
Energética).
Vinculada ao Ministério de
Minas e Energia, a empresa é
responsável pelo cálculo da tarifa máxima a ser cobrada num
dos principais empreendimentos de geração de energia previstos no PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
Com base nesse teto, os interessados em disputar o leilão
das duas usinas apresentarão
os preços a serem repassados
aos consumidores.
Ontem, o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) disse
que qualquer estimativa que se
faça sobre o custo das usinas é
só "referência" para o leilão,
que segue sem data marcada.
Ele reagiu à diferença de quase
R$ 10 bilhões entre os investimentos estimados pelo governo e o custo apresentado pelo
consórcio Furnas-Odebrecht,
responsável pelos estudos de
impacto ambiental.
Além do custo adicional de
eventuais medidas a serem
propostas pelo Ibama para contornar danos ambientais, o cálculo da tarifa também levará
em conta o custo estimado de
construção das usinas, afirmou
a EPE por meio da assessoria.
Segundo dados do consórcio
enviados à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), as
usinas de Santo Antônio e Jirau
custarão aproximadamente R$
28 bilhões, se considerados a
construção de eclusas, para
permitir a navegação no rio, e o
transporte da energia até a linha de transmissão.
Os números superam os R$
18,4 bilhões de investimentos
estimados no PAC para as duas
usinas do rio Madeira, cuja entrada em operação, a partir de
2012, impediria crises no abastecimento de energia no país.
O consórcio reviu as estimativas de custo das usinas em documentos encaminhados à
Aneel em junho de 2006.
A construção das usinas consumirá R$ 25,7 bilhões, em vez
dos R$ 20 bilhões previstos.
Considerados custos de outras
obras a serem feitas pelo vencedor da licitação, o investimento
subiria para R$ 28 bilhões.
"Aquilo [estimativa de orçamento] é um valor de referência. Preço de usina hidrelétrica
no Brasil é dado por leilão", disse Rondeau, defensor do empreendimento. Ele disse que o
governo ainda trabalha com a
previsão de orçamento de R$
18,4 bilhões -R$ 9,2 bilhões a
cada usina.
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