São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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Atacado pressiona, e IGP-M quadruplica

DA SUCURSAL DO RIO

Os preços no atacado se mostram mais pressionados, o que indica novos repasses para o varejo.
Na primeira prévia de maio, o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) quadruplicou: subiu 1,36% no intervalo de apenas dez dias, ante uma alta de 0,33% na parcial de abril.
Os aumentos se concentraram no atacado: o IPA (Índice de Preços por Atacado) saltou de 0,26% na prévia de abril para 1,82% na de maio -cujos preços foram coletados de 21 a 30 de abril.
"O aumento reflete um ciclo internacional de alta acentuada do preço das matérias-primas, que afeta primeiro os IGPs [que apuram custos no atacado] e chega, depois, aos índices ao consumidor", diz o economista Fábio Silveira, sócio da RC Consultores. O peso do atacado no IGP é de 60%.
Impulsionado pela alta das commodities, o IPA agrícola subiu 1,27% na prévia de maio. A alta do arroz chegou a 31,71% nos últimos dez dias de apuração. Foi o segundo principal impacto no atacado.
Sob o efeito da elevação das cotações de minérios e petróleo, os preços industriais no atacado se aceleraram -de 0,96% na parcial de abril para 2,04% na de maio. A maior pressão veio do minério de ferro (alta de 29,49%).

Aumentos de custo
"Tivemos uma série de aumentos. O leite subiu. Derivados subiram. Houve o problema de oferta do trigo, além das altas de materiais secundários, como embalagens. Mas os repasses não são imediatos. Existem estoques. Há uma negociação com o varejo", diz Edmundo Klotz, presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação).
Na prévia de maio, os aumentos no mercado atacadista não chegaram com a mesma intensidade ao varejo. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,27%, abaixo do 0,40% da parcial de abril. O índice cedeu no embalo da alta menor dos alimentos -0,35% ante 0,84%- e da redução da tarifa de energia.
Segundo Silveira, a série dos IGPs continuará, porém, pressionada no segundo trimestre, ainda sob impacto da alta das commodities.


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