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Atacado pressiona, e IGP-M quadruplica
DA SUCURSAL DO RIO
Os preços no atacado se mostram mais pressionados, o que
indica novos repasses para o
varejo.
Na primeira prévia de maio, o
IGP-M (Índice Geral de Preços
- Mercado) quadruplicou: subiu 1,36% no intervalo de apenas dez dias, ante uma alta de
0,33% na parcial de abril.
Os aumentos se concentraram no atacado: o IPA (Índice
de Preços por Atacado) saltou
de 0,26% na prévia de abril para 1,82% na de maio -cujos
preços foram coletados de 21 a
30 de abril.
"O aumento reflete um ciclo
internacional de alta acentuada
do preço das matérias-primas,
que afeta primeiro os IGPs [que
apuram custos no atacado] e
chega, depois, aos índices ao
consumidor", diz o economista
Fábio Silveira, sócio da RC
Consultores. O peso do atacado
no IGP é de 60%.
Impulsionado pela alta das
commodities, o IPA agrícola
subiu 1,27% na prévia de maio.
A alta do arroz chegou a 31,71%
nos últimos dez dias de apuração. Foi o segundo principal
impacto no atacado.
Sob o efeito da elevação das
cotações de minérios e petróleo, os preços industriais no
atacado se aceleraram -de
0,96% na parcial de abril para
2,04% na de maio. A maior
pressão veio do minério de ferro (alta de 29,49%).
Aumentos de custo
"Tivemos uma série de aumentos. O leite subiu. Derivados subiram. Houve o problema de oferta do trigo, além das
altas de materiais secundários,
como embalagens. Mas os repasses não são imediatos. Existem estoques. Há uma negociação com o varejo", diz Edmundo Klotz, presidente da Abia
(Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação).
Na prévia de maio, os aumentos no mercado atacadista não
chegaram com a mesma intensidade ao varejo. O IPC (Índice
de Preços ao Consumidor) subiu 0,27%, abaixo do 0,40% da
parcial de abril. O índice cedeu
no embalo da alta menor dos
alimentos -0,35% ante
0,84%- e da redução da tarifa
de energia.
Segundo Silveira, a série dos
IGPs continuará, porém, pressionada no segundo trimestre,
ainda sob impacto da alta das
commodities.
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