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Estatal se queixa para a ANP sobre
a entrada de rivais em gasoduto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para a Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) a prejudicou ao deixar a Enron e a British
Gas, comerciantes de gás, usarem
o gasoduto Brasil-Bolívia.
A Folha teve acesso a cartas da
Petrobras à ANP escritas quando
a Enron e a British Gas estavam
negociando com a TBG, controladora da parte brasileira do gasoduto, e com a agência a tarifa de
transporte do produto. As negociações aconteceram entre 1999 e
2000. As duas empresas privadas
saíram ganhando.
A TBG, no início das negociações, foi contrária às determinações da ANP. No ano passado, a
controladora do gasoduto informou à agência que as duas empresas estariam usando uma capacidade de transporte que só
existia graças aos contratos de
longo prazo pagos pela Petrobras
e em condições vantajosas.
Na época, a TBG disse que, se
fosse obrigada a estender as condições oferecidas a Enron para a
Petrobras, o empreendimento teria problemas financeiros.
A Petrobras reclama de dois
pontos do contrato oferecido às
duas empresas (que ainda não
importam gás da Bolívia).
Primeiro, as duas concorrentes
não são obrigadas a pagar pelo
gás que não importam. Só pagam
pelo que trazem, ao contrário da
Petrobras, cujo contrato prevê
um desembolso mínimo, mesmo
quando o serviço não é usado.
A Enron e a British Gas também
conseguiram tarifas diferenciadas
por distância do transporte de
gás. A Petrobras paga um preço
único, US$ 1,17 por milhão de
BTU (unidade de venda de gás),
não importando o destino.
A ANP afirma que cumpriu a legislação do setor, que prevê o
acesso ao gasoduto e tarifas diferenciadas por distância.
(AS)
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