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Retomada faz comércio rever promoções
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
De olho na expansão das vendas
nos próximos meses -indicadores recentes mostram o início de
uma leve retomada econômica-,
as lojas reduziram o fôlego das
promoções. Como podem faturar
mais se a recuperação no consumo ocorrer, deixa de ser tão interessante queimar mercadorias em
liquidações agora.
Tanto que, em maio, 81% das lojas em São Paulo faziam algum tipo de promoção para o Dia das
Mães. Neste Dia dos Namorados,
61% adotaram a mesma política.
Os números fazem parte de levantamentos mensais da Fecomercio
SP (Federação do Comércio do
Estado de São Paulo).
Uma análise mais detalhada
mostra, por exemplo, que as ofertas especiais (como descontos relâmpagos) são as iniciativas promocionais preferidas por 40%
dos lojistas. Em maio, 70% dos
empresários fizeram o mesmo.
A tática de descontos especiais
pode afetar diretamente a rentabilidade das lojas. Pelas contas de
entidades varejistas, descontos
que superem a taxa de 40% começam a "corroer" parte do retorno
financeiro das lojas. A forma de
evitar prejuízo é elevar a quantidade de mercadoria comercializada nas promoções.
Por exemplo, se a loja decidir
aplicar descontos superiores a
40%, a venda (em volume) de
produtos teria que atingir uma alta de 200% para que a operação dê
lucro, segundo cálculo realizado
no ano passado pela Fecomercio.
Na prática, a época de promoções contínuas em 2002 e 2003
forçou o empresário a rever a estratégia de sua loja, a cortar custos
e a ser mais competitivo, dizem
analistas. Ela foi importante para
fazer uma "seleção natural" em
determinados segmentos.
"Não vai haver promoção neste
ano. Pelo menos, não na intensidade do ano passado. A produção
da indústria de vestuário já está
nas lojas, e uma expansão no consumo acaba desestimulando as
queimas de estoque antecipadas",
diz Roberto Chadad, presidente
da Abravest (Associação Brasileira da Indústria de Vestuário).
A Fecomercio SP e espera que o
faturamento real das lojas cresça
2% no Dia dos Namorados.
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