São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2004

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Retomada faz comércio rever promoções

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

De olho na expansão das vendas nos próximos meses -indicadores recentes mostram o início de uma leve retomada econômica-, as lojas reduziram o fôlego das promoções. Como podem faturar mais se a recuperação no consumo ocorrer, deixa de ser tão interessante queimar mercadorias em liquidações agora.
Tanto que, em maio, 81% das lojas em São Paulo faziam algum tipo de promoção para o Dia das Mães. Neste Dia dos Namorados, 61% adotaram a mesma política. Os números fazem parte de levantamentos mensais da Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
Uma análise mais detalhada mostra, por exemplo, que as ofertas especiais (como descontos relâmpagos) são as iniciativas promocionais preferidas por 40% dos lojistas. Em maio, 70% dos empresários fizeram o mesmo.
A tática de descontos especiais pode afetar diretamente a rentabilidade das lojas. Pelas contas de entidades varejistas, descontos que superem a taxa de 40% começam a "corroer" parte do retorno financeiro das lojas. A forma de evitar prejuízo é elevar a quantidade de mercadoria comercializada nas promoções.
Por exemplo, se a loja decidir aplicar descontos superiores a 40%, a venda (em volume) de produtos teria que atingir uma alta de 200% para que a operação dê lucro, segundo cálculo realizado no ano passado pela Fecomercio.
Na prática, a época de promoções contínuas em 2002 e 2003 forçou o empresário a rever a estratégia de sua loja, a cortar custos e a ser mais competitivo, dizem analistas. Ela foi importante para fazer uma "seleção natural" em determinados segmentos.
"Não vai haver promoção neste ano. Pelo menos, não na intensidade do ano passado. A produção da indústria de vestuário já está nas lojas, e uma expansão no consumo acaba desestimulando as queimas de estoque antecipadas", diz Roberto Chadad, presidente da Abravest (Associação Brasileira da Indústria de Vestuário).
A Fecomercio SP e espera que o faturamento real das lojas cresça 2% no Dia dos Namorados.


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