São Paulo, sábado, 10 de junho de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros

Pequenas e médias de SP têm abril frio

As pequenas e médias empresas paulistas tiveram seu pior abril em oito anos. O termômetro foi a queda de 8,5% no faturamento no mês em relação a 2005, segundo dados da pesquisa de conjuntura do Sebrae-SP, realizada mensalmente desde 1998.
A receita total das pequenas e médias em abril foi de R$ 18,3 bilhões, o que significa uma média de R$ 13.829 por empresa. Em abril de 2005, a média foi de R$ 15.113. São Paulo tem 1,3 milhão de empreendimentos formais registrados.
O diretor-superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca, afirma que o resultado da pesquisa deixa o setor "apreensivo". Segundo ele, os indicadores mostram que as grandes empresas estão indo bem, mas as pequenas ainda não chegaram a desfrutar da estabilidade econômica e da inflação baixa. "As pequenas são as primeiras a sofrer os efeitos de qualquer crise e as últimas a se recuperar", diz.
Para o coordenador da pesquisa, Marco Aurélio Bedê, há quatro principais fatores que explicam a queda. "O primeiro deles é o efeito calendário", diz. Abril teve quatro dias úteis a menos que março, o que, segundo o economista, faz muita diferença para empresas de pequeno porte.
Os outros fatores citados pelo economista são a base alta de comparação, a estagnação do consumo e a concentração das compras em bens duráveis -produzidos por grandes empresas-, e o câmbio.
"A flutuação do câmbio tem um efeito perverso para o empresário que não é exportador, mas que compete com os importadores", diz Bedê, que cita os produtos chineses como os maiores "vilões", pelo preço mais competitivo.
Os meses de maio e junho devem ter resultados mais animadores para o setor, segundo o economista. "Há duas datas importantes para o comércio que atingem diretamente as pequenas e médias, o Dia das Mães e o Dia dos Namorados."

Mandato prorrogado por um ano
Ray G. Young, presidente da GM do Brasil, acaba de anunciar à diretoria que ficará por mais um ano à frente dos negócios na empresa no Mercosul, pondo fim às especulações de que terminaria seu mandato no último dia de 2006. Sua permanência no cargo se justifica pelo bom resultado que a montadora vem obtendo tanto no Brasil como na Argentina.

DE VOLTA PARA CASA
No Brasil há 57 anos, o norte-americano Richard H. Fisk, 83, fundador da rede de escolas que levam seu nome, volta o olhar para o país de origem. A nova investida do grupo são os Estados Unidos, onde já há cinco escolas, com o formato de franquias. Para isso, Fisk preparou campanha publicitária com estréia marcada para agosto, com filme a ser veiculado na Globo Internacional. A meta é chegar em 2008 -ano em que a rede completa 50 anos de existência- com mil unidades. Hoje, a rede conta com cerca de 930 escolas, além de uma fundação, localizada na Vila Madalena, em São Paulo. "Resolvi criá-la porque não tenho herdeiros diretos e quero que o trabalho continue", afirma Fisk.

5ª AVENIDA
A Cerâmica Portinari vai fornecer porcelanato a todas as lojas da rede norte-americana Sacks 5th Avenue. Até o fim do ano serão enviados 14 mil m2 do porcelanato.

CRÉDITO ESPECIAL
O Banco do Brasil inicia na próxima segunda as contratações do FAT Giro Setorial, linha de crédito especial direcionada às indústrias ligadas a setores que utilizam mão-de-obra intensiva e que tenham perfil exportador. O primeiro setor a ser atendido é o coureiro-calçadista. Os recursos, da ordem de R$ 400 milhões, são provenientes do FAT. Os empréstimos são corrigidos pela TJLP, acrescida de até 2,8% ao ano. As indústrias podem contratar operações entre R$ 5 mil e R$ 5 milhões.

ADIADO
O juiz Lewis Kaplan, de Nova York, adiou novamente, agora para o dia 10 de julho, a decisão que determina se o Opportunity tem ou não o direito de substituir os atuais administradores da Brasil Telecom, indicados pelos fundos de pensão e pelo Citigroup. O Opportunity quer um prêmio de controle para se afastar da Brasil Telecom. Ao adiar mais uma vez a decisão, Kaplan parece estar forçando um acordo entre os sócios da tele. Ele até já se ofereceu para mediar o conflito entre os três.

DÉFICIT À VISTA
A balança comercial do setor têxtil registrou um déficit de US$ 14,4 milhões em maio, segundo números divulgados ontem pela Abit (associação brasileira do setor), durante o Fashion Rio. De janeiro a maio, houve um superávit de apenas US$ 16,9 milhões, uma queda de 91,14% em relação aos US$ 190,9 milhões registrados no mesmo período de 2005. Este é o segundo déficit comercial mensal do setor este ano. O primeiro foi de US$ 10 milhões, em marco. Fernando Pimentel, superintendente da Abit, responsabiliza o câmbio valorizado por esse resultado. Ele não afasta inclusive a possibilidade de o setor registrar em 2006 o primeiro déficit comercial desde 2000.

TOP 5
Mesmo já tendo sido vendido, o BankBoston emplacou em maio três primeiros lugares de uma só vez no ranking Focus Top 5 do BC. As projeções do Boston para os três principais indicadores de inflação (IPCA, IGP-M e IGP-DI) foram as mais próximas do resultado efetivo de médio prazo.

CORRENTE POSITIVA
Zagallo adoraria: a Coca-Cola, patrocinadora da Fifa e da Copa, inaugurou no mês da Copa o 13º restaurante comunitário Prato Popular no Brasil, em Belém do Pará. Desde 2003, a Coca-Cola Brasil já serviu mais de 1,8 milhão de refeições a R$ 1 cada uma para a população de 13 estados.


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