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Juiz adia decisão sobre falência da Varig
Boeing ganha nos EUA direito de retomar 7 aviões da empresa, que espera que Justiça mantenha proteção contra arresto
Magistrado diz que decidirá na 2ª sobre oferta de empregados e pode fazer "leilão informal" entre TAM, Gol, OceanAir e Céu Azul
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Um dia depois do fracasso do
leilão de venda de parte da Varig, a situação da companhia
aérea se agravou ainda mais ontem. O juiz Luiz Roberto
Ayoub, da 8ª Vara Empresarial,
responsável pelo processo de
recuperação da companhia, decidiu adiar para segunda-feira a
decisão sobre a validade da única oferta apresentada - pelo
TGV (Trabalhadores do Grupo
Varig), que reúne associações
de pilotos, comissários e mecânicos de vôo da empresa aérea.
Já a fabricante de aviões
Boeing conseguiu na Justiça
americana o direito de retomar
sete aeronaves a partir da próxima terça-feira. A frota da Varig é composta por 60 aviões,
dos quais 46 estão em operação. Com a decisão, o número
de aviões em operação pode
cair para 39.
A Varig disse que não vai recorrer da decisão porque está
"tranqüila" com a audiência
marcada também para a próxima terça-feira em Nova York,
quando o juiz Robert Drain decide se estende o prazo da liminar que protege os aviões da
empresa aérea de arresto. A Varig destacou ainda que espera
receber até terça-feira um
adiantamento de US$ 75 milhões do eventual vencedor do
leilão. Procurada, a Boeing não
se pronunciou.
O juiz Ayoub intimou o consórcio NV Participações, do
TGV, a esclarecer até às 14h de
segunda-feira os principais
pontos da proposta, como a origem dos recursos e o nome dos
investidores interessados em
financiar parte da compra. O
TGV apresentou proposta de
R$ 1,010 bilhão, mas apenas R$
285 milhões seriam pagos em
moeda corrente. O restante viria de créditos trabalhistas e de
debêntures da nova empresa.
Marcelo Gomes, da consultoria Alvarez & Marsal, que atua
como reestruturadora da Varig,
defendeu uma análise isenta da
proposta. "Não é porque são os
trabalhadores que vamos ter
preconceito. Eles têm US$ 100
milhões a receber e que temos
de pagar este ano. Isso não é
moeda podre, é "cash" puro",
disse Gomes.
Apesar de o leilão já ter sido
realizado, ontem um novo investidor apresentou proposta:
a Multilong Corporation, nome
fantasia da Multilong Assessoria e Consultoria, do empresário brasileiro Michael Breslow.
A proposta, no entanto, foi
recebida com descrença por
pedir que a Justiça obrigue o
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) a financiá-la.
Leilão informal
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, se a proposta
do TGV for recusada, existem
outras hipóteses além da falência. Uma delas é a realização de
um "leilão informal" em que as
demais empresas que se credenciaram no leilão da Varig
(TAM, Gol, OceanAir e Céu
Azul, representado pelo escritório Ulhôa Canto, Rezende e
Guerra) poderiam apresentar
novas propostas. Nenhuma delas apresentou ofertas quando
tiveram a oportunidade.
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