São Paulo, sábado, 10 de junho de 2006

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Bolsa de SP tem queda superior a 7% na semana

Das 54 ações do Ibovespa, só 5 subiram no período

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo não conseguiu se descolar do mercado acionário norte-americano e terminou a sexta-feira com queda de 1,02%.
Na semana, as perdas do Ibovespa -principal índice da Bolsa- foram bastante expressivas, ficando em 7,56%.
Apenas 5 das 54 ações que formam o Ibovespa conseguiram terminar a semana com algum ganho acumulado.
Com as últimas quedas, o resultado da Bovespa no ano agora está positivo em apenas 4,84%.
Apesar de os investidores ainda estarem cautelosos em relação ao rumo futuro dos juros americanos, o dólar terminou o último dia de negociação da semana com baixa de 0,48% diante do real, a R$ 2,261.
O resultado da recompra de títulos da dívida pública no mercado internacional, concluída ontem pelo Tesouro Nacional, foi bem recebido. O Tesouro havia se disposto a comprar até US$ 4 bilhões em papéis. Mas apenas US$ 1,1 bilhão foi adquirido. Analistas interpretaram o resultado da operação como um sinal de que muitos investidores preferiram ficar com papéis da dívida brasileira em suas carteiras.
O risco-país também terminou o dia em queda de 2,59%, a 263 pontos. Na semana, o risco recuou 4,36%.
Elevações nas taxas de juros em diferentes países do mundo apenas pioraram as previsões para o mercado acionário mundial. Juros em patamares mais altos tendem a estimular investidores a se desfazerem de ações (que carregam mais riscos) e comprarem papéis da dívida, especialmente os do Tesouro americano.
O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, registrou expressiva desvalorização de 3,17% na semana passada. Ontem o Dow Jones caiu 0,43%.
A Nasdaq -bolsa eletrônica que reúne ações de empresas de alta tecnologia- perdeu 3,79% na semana.
Nos últimos dias, juros maiores foram anunciados na Turquia, na Coréia e na Europa.
O próximo que pode elevar os juros são os Estados Unidos. O Fed (banco central dos EUA) terá sua reunião periódica no fim deste mês. A taxa básica americana está em 5% anuais.
Ontem o presidente do Fed, Ben Bernanke, fez um pronunciamento. Mas, como Bernanke não fez comentários sobre política monetária e inflação, os mercados reagiram com certa tranqüilidade.

Fuga de recursos
As vendas de ações pelos estrangeiros, que têm acontecido há um mês, não têm dado chances de a Bovespa superar a má fase.
Neste mês, até o dia 6, as vendas de ações feitas com capital externo bateram as compras em R$ 334,4 milhões. No mês de maio, o balanço de investimento externo na Bolsa paulista amargou resultado negativo de R$ 1,51 bilhão, o pior saldo desde abril de 2005. Alguns analistas tinham a expectativa de que o desempenho ruim de maio não se repetisse neste mês.
Na semana, a ação ON (ordinária) da Telemar foi a que mais perdeu dentre as que estão no Ibovespa, com queda de 12,88%. O papel PN (preferencial) da Vivo veio logo atrás, com perdas de 12,82%.
Mas a semana não foi ruim para todas as teles. A ação ON da Brasil Telecom Participações subiu 4,12%, e a PN da Embratel Participações teve alta de 3,56%.
No pregão de ontem, as ações dos bancos ensaiaram uma recuperação. O papel ON do Banco do Brasil subiu 4,23%, e Unibanco Unit ganhou 1,41%.


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