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Consumo em alta compensa queda da indústria
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
Sustentado pela expansão do
rendimento do trabalhador, o
consumo das famílias evitou
uma queda mais intensa do PIB
e cresceu 1,3% ante o primeiro
trimestre de 2008. Foi a 22ª taxa trimestral positiva seguida.
Na comparação com o quarto
trimestre de 2008, a expansão
foi de 0,7%, segundo o IBGE.
O principal motor do consumo foi o crescimento de 5,2%
da massa salarial, que permitiu
às famílias ampliarem suas
compras, apesar da desaceleração do crédito. Também ajudaram as medidas do governo de
desoneração de tributos de veículos e eletrodomésticos da linha branca.
Abalado pela crise, o crédito a
pessoas físicas, por sua vez,
cresceu 22,1% no primeiro trimestre de 2009 (em comparação com o mesmo período do
ano passado), abaixo dos 25,8%
no último trimestre de 2008,
quando os financiamentos já
haviam se retraído.
Para Rebeca Palis, gerente
das Contas Trimestrais do IBGE, os gastos das famílias com
serviços representaram o principal impulso para o consumo,
já que o comércio teve resultado negativo, na esteira do enfraquecimento da indústria.
Nos cálculos do PIB, o comércio caiu 6% diante do primeiro trimestre de 2008. O desempenho do setor comercial
só não foi pior graças ao estímulo da redução do IPI, de
acordo com Roberto Messenberg, do Ipea.
Segundo Thaiz Marzola Zara,
da Rosenberg & Associados, o
consumo de serviços está mais
vinculado à renda disponível
no bolso do trabalhador, e não
ao crédito, como no caso de alguns bens adquiridos a prazo.
Ou seja, mesmo com a crise,
as pessoas não deixaram de ir
ao cabeleireiro ou ao dentista,
mas não trocaram de geladeira.
Indústria
Para Messenberg, há um descompasso entre o desempenho
do comércio e o da indústria,
mais afetada pela crise. Com a
demanda desaquecida e queimando estoques, a indústria
puxou o PIB para baixo e registrou queda de 9,3% no primeiro
trimestre deste ano ante igual
período de 2008. Foi a maior
retração desde o início de 2002.
Já em relação aos últimos
três meses de 2008, a retração
do setor ficou em 3,1%.
Como a indústria é o setor
mais atingido pela crise e o
maior pagador de tributos, o
volume de impostos sobre produtos caiu 3,3% ante o primeiro
trimestre de 2008. Como resultado, os impostos foram um redutor do PIB no início do ano,
diferentemente do habitual.
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