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PIB/ REPERCUSSÃO
Ministros festejam queda menor do que a esperada
Para Mantega, resultado reflete a "capacidade de recuperação rápida" do Brasil
Lupi projeta criação de 400 mil vagas no semestre, e Fazenda cobra nova redução na taxa básica de juros, que será definida hoje pelo BC
Sergio Lima/Folha Imagem
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O presidente Lula em cerimônia do PAC em Brasília; ele se disse triste com a recessão em meio à crise "causada pelos países ricos"
JULIANA ROCHA
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo comemorou a
queda do PIB -menor do que a
prevista pela equipe econômica
e pelo mercado financeiro- como se o resultado tivesse sido
positivo. Sorridente, o ministro
Guido Mantega (Fazenda) disse que o desempenho brasileiro
foi melhor que o de outros países do mundo e que a economia
já está em fase de recuperação
gradativa.
O desempenho da economia
encorajou o ministro Carlos
Lupi (Trabalho), conhecido por
ser um otimista, a projetar um
saldo de empregos formais no
primeiro semestre de 400 mil a
450 mil postos de trabalho. De
janeiro a abril, o saldo acumulado é de 48,5 mil empregos.
"A queda do PIB foi menor do
que o esperado pelo mercado.
Demonstra a capacidade de recuperação rápida da economia
brasileira", afirmou o ministro
da Fazenda, em entrevista coletiva convocada depois de reunião com o presidente Lula.
O ministro Paulo Bernardo
(Planejamento), que também
esteve reunido com o presidente, foi mais moderado. "Uma
queda de 0,8% não pode ser comemorada. Agora, de fato, o resultado é muito menos negativo do que havia sido previsto
pelas projeções de mercado, de
forma que o mercado também
está sendo muito pessimista."
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comemorou o resultado. Em nota,
afirmou que, "apesar da queda
observada pelo Produto [Interno Bruto] na margem, a economia brasileira tem fundamentos econômicos sólidos". Sem
falar de juros, Meirelles citou o
desempenho do setor de serviços e do consumo como sinais
de que já se observa "espaço para uma retomada do crescimento em bases sustentáveis".
Apesar do tom de comemoração, Mantega aproveitou para ressaltar a importância da
política monetária, via redução
de juros, como instrumento anticrise. O BC anuncia hoje a nova taxa básica de juros.
Lupi disse que não foi surpresa que a retração da economia no trimestre tenha vindo
menor que a esperada, pois o
mercado de trabalho já dava sinais de reaquecimento. Segundo ele, maio deve ter saldo de
mais de 106 mil contratações,
desempenho igual ao de abril.
Entre novembro e janeiro, foram fechadas 800 mil vagas.
"Ninguém contrata se estiver
dando prejuízo. Tenho falado
isso sempre, mas acham que
sou muito otimista. Os números agora provam o que vinha
afirmando." Para ele, a economia crescerá mais de 2% neste
ano e será gerado mais de 1 milhão de vagas formais.
Líder do oposicionista DEM
na Câmara, o deputado Ronaldo Caiado (GO) disse que a queda do PIB já era esperada e que
a "recessão técnica tem tudo
para ser recessão de fato". Para
Fernando Coruja (SC), líder do
PPS, o governo chegou a falar
que não haveria queda, mas foi
desmentido pela realidade.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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