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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Consultoria vê desaceleração das commodities
Cresce a probabilidade de os
preços das commodities caírem a partir de 2009, segundo
relatório da MB Associados. Os
motivos apontados são o desaquecimento da economia no
mundo e o aumento da oferta
das commodities, estimulado
pelos altos preços atuais.
No Brasil, o recuo se refletiria na piora do saldo da balança
comercial. As commodities e os
derivados (agropecuária, petróleo, extrativa mineral e siderurgia) foram responsáveis, entre maio de 2007 e o mesmo
mês deste ano, por 67% do aumento total das exportações.
Se o preço das commodities
de fato se desacelerar e as exportações no Brasil crescerem
10% em vez dos 18% previstos
para o ano que vem, a consultoria estima que haveria um déficit comercial de US$ 8 bilhões
em 2009, contra um superávit
esperado de US$ 8,4 bilhões.
Para fazer esse cálculo, a consultoria projeta o crescimento
das importações em 26%.
Segundo a consultoria, um
dos principais determinantes
para a definição do preço das
commodities em 2009 será justamente o comportamento dos
bancos centrais de países
emergentes como o Brasil. Os
países desenvolvidos já estão
em desaceleração e, como não
são os que mais crescem, também não são os responsáveis
pela aceleração dos preços.
"Parece claro que os BCs [dos
países emergentes] não estão
dispostos a permitir a continuação da aceleração inflacionária]", diz o relatório da MB
Associados.
Nos 12 meses encerrados em
maio, o índice de preços do
FMI de commodities subiu
56%. O cenário faz com que, no
segundo semestre, o aperto
monetário nos países em desenvolvimento se intensifique.
Nos Estados Unidos, a consultoria avalia que não deve haver uma recessão profunda por
vários trimestres, mas certamente a economia do país enfrentará uma estagnação. Para
a MB Associados, o provável
aumento dos juros americanos
em razão da pressão inflacionária deve impedir uma recuperação mais rápida da economia.
"A situação americana,
olhando pelo lado real, está longe de ter sofrido todos os impactos possíveis da atual crise",
afirma o estudo.
Em relação ao crescimento
da economia mundial, a consultoria diz que o avanço tende
a ser de 3% em 2009, e não de
2,8%, como prevê o FMI.
LENHA NA FOGUEIRA
A lenha usada nas pizzarias já começa a ser substituída.
Em tempos de economia sustentável, o programa de gestão
ambiental do Sebrae-São Paulo apresenta nesta semana para
pizzarias da capital paulista uma lenha ecológica. O briquete
é produzido a partir de pó de serragem e restos de madeira
descartados por indústrias e existem também versões feitas
com restos de cana-de-açúcar. Para Fernando Chinaglia
Anunciação, responsável pela aplicação deste programa nas
pizzarias, a adoção do material pode ter um impacto ambiental "considerável, já que São Paulo tem mais de 5.000
pizzarias só na capital, sendo que aproximadamente 70%
utilizam fornos à lenha". Apesar de ter um custo unitário
mais caro, o briquete tem mais eficiência na queima, segundo Anunciação.
COMERCIANTE
O faturamento real do comércio do Estado do Rio completou quinze meses com resultados mensais acima dos
de iguais períodos respectivos do intervalo anterior, segundo a Fecomércio-RJ. Em maio, a receita do setor subiu 2,5% ante o resultado de maio de 2007. O destaque
foram os bens não-duráveis, com alta de 3,9% na mesma
base de comparação, pressionado pelo resultado do subgrupo supermercados, que subiu 4,1%.
TÚNEL DO TEMPO
O economista Alexis Cavichini lança em agosto "A
História dos Seguros no Brasil". O livro descreve a primeira operação de seguro,
em 2100 a.C. e faz projeções
para o setor, que, segundo o
autor, deve crescer mais que
os bancos nos próximos dez
anos. O prefácio é de Armando Vergílio, superintendente da Susep, que diz que o setor cresceu, nos cinco primeiros meses do ano, o equivalente aos 17% de 2007.
MOTORISTA
O Banco do Brasil lançou
uma linha de crédito para financiar a compra de ônibus
novos, de fabricação nacional, para transporte escolar.
O prazo de financiamento é
de até 72 meses.
MICRO
O Ministério do Desenvolvimento faz reunião do "Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte", hoje, e discute a política de desenvolvimento lançada em maio.
EM PAUTA
Representantes da indústria de produtos lácteos se
reúnem amanhã com o deputado Arlindo Chignaglia,
em Brasília, para discutir o
potencial do mercado nacional e internacional e um sistema de certificação para os
produtos brasileiros.
EXCURSÃO
Tom Albanese, presidente
do grupo Rio Tinto, está no
Brasil para visitar obras em
Corumbá, cujos investimentos são de US$ 500 milhões.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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