São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Consultoria vê desaceleração das commodities

Cresce a probabilidade de os preços das commodities caírem a partir de 2009, segundo relatório da MB Associados. Os motivos apontados são o desaquecimento da economia no mundo e o aumento da oferta das commodities, estimulado pelos altos preços atuais.
No Brasil, o recuo se refletiria na piora do saldo da balança comercial. As commodities e os derivados (agropecuária, petróleo, extrativa mineral e siderurgia) foram responsáveis, entre maio de 2007 e o mesmo mês deste ano, por 67% do aumento total das exportações.
Se o preço das commodities de fato se desacelerar e as exportações no Brasil crescerem 10% em vez dos 18% previstos para o ano que vem, a consultoria estima que haveria um déficit comercial de US$ 8 bilhões em 2009, contra um superávit esperado de US$ 8,4 bilhões. Para fazer esse cálculo, a consultoria projeta o crescimento das importações em 26%.
Segundo a consultoria, um dos principais determinantes para a definição do preço das commodities em 2009 será justamente o comportamento dos bancos centrais de países emergentes como o Brasil. Os países desenvolvidos já estão em desaceleração e, como não são os que mais crescem, também não são os responsáveis pela aceleração dos preços.
"Parece claro que os BCs [dos países emergentes] não estão dispostos a permitir a continuação da aceleração inflacionária]", diz o relatório da MB Associados.
Nos 12 meses encerrados em maio, o índice de preços do FMI de commodities subiu 56%. O cenário faz com que, no segundo semestre, o aperto monetário nos países em desenvolvimento se intensifique.
Nos Estados Unidos, a consultoria avalia que não deve haver uma recessão profunda por vários trimestres, mas certamente a economia do país enfrentará uma estagnação. Para a MB Associados, o provável aumento dos juros americanos em razão da pressão inflacionária deve impedir uma recuperação mais rápida da economia.
"A situação americana, olhando pelo lado real, está longe de ter sofrido todos os impactos possíveis da atual crise", afirma o estudo.
Em relação ao crescimento da economia mundial, a consultoria diz que o avanço tende a ser de 3% em 2009, e não de 2,8%, como prevê o FMI.

LENHA NA FOGUEIRA
A lenha usada nas pizzarias já começa a ser substituída. Em tempos de economia sustentável, o programa de gestão ambiental do Sebrae-São Paulo apresenta nesta semana para pizzarias da capital paulista uma lenha ecológica. O briquete é produzido a partir de pó de serragem e restos de madeira descartados por indústrias e existem também versões feitas com restos de cana-de-açúcar. Para Fernando Chinaglia Anunciação, responsável pela aplicação deste programa nas pizzarias, a adoção do material pode ter um impacto ambiental "considerável, já que São Paulo tem mais de 5.000 pizzarias só na capital, sendo que aproximadamente 70% utilizam fornos à lenha". Apesar de ter um custo unitário mais caro, o briquete tem mais eficiência na queima, segundo Anunciação.

COMERCIANTE
O faturamento real do comércio do Estado do Rio completou quinze meses com resultados mensais acima dos de iguais períodos respectivos do intervalo anterior, segundo a Fecomércio-RJ. Em maio, a receita do setor subiu 2,5% ante o resultado de maio de 2007. O destaque foram os bens não-duráveis, com alta de 3,9% na mesma base de comparação, pressionado pelo resultado do subgrupo supermercados, que subiu 4,1%.

TÚNEL DO TEMPO
O economista Alexis Cavichini lança em agosto "A História dos Seguros no Brasil". O livro descreve a primeira operação de seguro, em 2100 a.C. e faz projeções para o setor, que, segundo o autor, deve crescer mais que os bancos nos próximos dez anos. O prefácio é de Armando Vergílio, superintendente da Susep, que diz que o setor cresceu, nos cinco primeiros meses do ano, o equivalente aos 17% de 2007.

MOTORISTA
O Banco do Brasil lançou uma linha de crédito para financiar a compra de ônibus novos, de fabricação nacional, para transporte escolar. O prazo de financiamento é de até 72 meses.

MICRO
O Ministério do Desenvolvimento faz reunião do "Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte", hoje, e discute a política de desenvolvimento lançada em maio.

EM PAUTA
Representantes da indústria de produtos lácteos se reúnem amanhã com o deputado Arlindo Chignaglia, em Brasília, para discutir o potencial do mercado nacional e internacional e um sistema de certificação para os produtos brasileiros.

EXCURSÃO
Tom Albanese, presidente do grupo Rio Tinto, está no Brasil para visitar obras em Corumbá, cujos investimentos são de US$ 500 milhões.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI



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