São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2000


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Bancos e consultores erram previsão

MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado perdeu para o governo. Analistas de bancos e consultorias se dedicaram ontem a rever suas projeções para o crescimento do PIB brasileiro. Muitos cometeram erros expressivos nas previsões. Outros subestimaram a retomada produtiva -as previsões da maioria ficavam algo abaixo dos 4% estimados pelo governo.
A Consultoria Tendências previa que o PIB iria crescer 2,5% no segundo trimestre. Para chegar ao número, os analistas haviam considerado que o setor agropecuário encolheria 3,9% -subiu 8,75%. A previsão dos analistas da Tendência era de que o PIB cresceria 3,1% este ano. A consultoria irá rever suas projeções.
O resultado do setor agropecuário, surpreendeu quase todos os analistas. Alguns economistas ouvidos pela Folha fizeram previsões para o setor com diferenças de mais de 10 pontos percentuais. Todos esperavam resultados menores do que os anunciados.
O economista Hugo Penteado, do ABN Amro Asset Management, foi um dos analistas surpreendidos pelos números do IBGE. Ele alterou sua previsão de crescimento anual de 3,5% para algo entre 3,7% e 3,8%. "O crescimento da maioria dos setores foi acima de nossas expectativas."
O BankBoston também alterou suas previsões. O economista Marcelo Cypriano esperava uma queda no setor agrícola de 3%. Ele foi surpreendido pela alta e deve alterar sua previsão dos atuais 3,6% para algo próximo aos 4% previstos pelo Governo.
A economista-chefe do Lloyds Asset Management, Gina Baccelli, disse ter alterado sua estimativa de crescimento anual de 3,2% para 3,6%. Ela, no entanto, ressalta que qualquer previsão feita sobre o PIB brasileiro tem uma margem de erro muito grande e não descarta a possibilidade de revê-la.
Segundo Baccelli, tanto as mudanças da metodologia do IBGE quanto a escassez de estatísticas sobre a agricultura e o setor de serviços dificultam o trabalho de previsão dos analistas.
O economista Eduardo Freitas, do Unibanco, no entanto, manteve as previsões com as quais trabalhou durante o segundo trimestre. Freitas afirma ter subestimado um pouco o PIB agrícola mas ressalta que não vê razão para alterar suas projeções.
"No ano passado os dois primeiros trimestres foram ruins. Assim, como a base de comparação é baixa, é natural que os dois primeiros trimestres deste ano apresentem taxas altas", explica.
Freitas, que estima crescimento do PIB de 3,5% no ano, disse não ter se surpreendido com os números apresentados ontem.



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