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Bancos e consultores erram previsão
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado perdeu para o governo. Analistas de bancos e consultorias se dedicaram ontem a
rever suas projeções para o crescimento do PIB brasileiro. Muitos
cometeram erros expressivos nas
previsões. Outros subestimaram
a retomada produtiva -as previsões da maioria ficavam algo
abaixo dos 4% estimados pelo governo.
A Consultoria Tendências previa que o PIB iria crescer 2,5% no
segundo trimestre. Para chegar ao
número, os analistas haviam considerado que o setor agropecuário
encolheria 3,9% -subiu 8,75%.
A previsão dos analistas da Tendência era de que o PIB cresceria
3,1% este ano. A consultoria irá
rever suas projeções.
O resultado do setor agropecuário, surpreendeu quase todos os
analistas. Alguns economistas ouvidos pela Folha fizeram previsões para o setor com diferenças
de mais de 10 pontos percentuais.
Todos esperavam resultados menores do que os anunciados.
O economista Hugo Penteado,
do ABN Amro Asset Management, foi um dos analistas surpreendidos pelos números do IBGE. Ele alterou sua previsão de
crescimento anual de 3,5% para
algo entre 3,7% e 3,8%. "O crescimento da maioria dos setores foi
acima de nossas expectativas."
O BankBoston também alterou
suas previsões. O economista
Marcelo Cypriano esperava uma
queda no setor agrícola de 3%. Ele
foi surpreendido pela alta e deve
alterar sua previsão dos atuais
3,6% para algo próximo aos 4%
previstos pelo Governo.
A economista-chefe do Lloyds
Asset Management, Gina Baccelli,
disse ter alterado sua estimativa
de crescimento anual de 3,2% para 3,6%. Ela, no entanto, ressalta
que qualquer previsão feita sobre
o PIB brasileiro tem uma margem
de erro muito grande e não descarta a possibilidade de revê-la.
Segundo Baccelli, tanto as mudanças da metodologia do IBGE
quanto a escassez de estatísticas
sobre a agricultura e o setor de
serviços dificultam o trabalho de
previsão dos analistas.
O economista Eduardo Freitas,
do Unibanco, no entanto, manteve as previsões com as quais trabalhou durante o segundo trimestre. Freitas afirma ter subestimado um pouco o PIB agrícola mas
ressalta que não vê razão para alterar suas projeções.
"No ano passado os dois primeiros trimestres foram ruins.
Assim, como a base de comparação é baixa, é natural que os dois
primeiros trimestres deste ano
apresentem taxas altas", explica.
Freitas, que estima crescimento
do PIB de 3,5% no ano, disse não
ter se surpreendido com os números apresentados ontem.
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