LEONARDO SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos e as lojas cobram mais para emprestar dinheiro ao consumidor neste ano do que, proporcionalmente, exigiram no ano passado.
Ao fazer um crediário ou financiar um carro, o cliente agora gasta menos do que desembolsaria em 99. Mas poderia poupar mais se as instituições financeiras e o comércio tivessem repassado ao consumidor, igualmente, a diminuição de custo sobre o crédito que obtiveram com a redução da taxa básica da economia.
Ao olhar os números, fica mais fácil compreender o que isso significa. No acumulado do primeiro semestre de 99, os bancos remuneraram o dinheiro da caderneta de poupança a uma taxa de 7,23%. No mesmo prazo, os bancos cobraram pelo empréstimo pessoal juro de 53,12%. A diferença bruta entre a remuneração da poupança e o retorno sobre o empréstimo pessoal concedido, naquele semestre, foi de 634,71%.
Nos primeiros seis meses deste ano, a poupança rendeu 4,34%. Os juros sobre o empréstimo pessoal no período foi de 33,72%. A proporção de um para o outro em 2000 foi de 675,48%, de acordo com dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Empréstimos pessoais
Uma parcela do dinheiro que os bancos captam via caderneta de poupança pode ser emprestado em modalidades de crédito, como os empréstimos pessoais.
O gasto para remunerar o dinheiro da poupança pode ser visto como o custo de captação. Como a proporção entre a remuneração da poupança e o juro sobre o empréstimo aumentou, isso significa que , apesar de a taxa para o consumidor ter caído, a redução não foi na mesma proporção que a diminuição do custo do dinheiro para os bancos.
Essa diferença é ainda mais gritante no caso do cheque especial. De um semestre para outro, na comparação com a poupança, a diferença subiu de 1.333% para 1.701%.


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