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Desemprego
aumenta 80%
em 12 anos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A criação de 17,5 milhões
de novas vagas no mercado
formal de trabalho não conseguiu impedir um aumento
de 78,4% na taxa de desemprego no país no período de
1992 a 2004, apontam dados
compilados pelo Ipea.
Segundo o instituto, a população ocupada no Brasil
subiu de 61,2 milhões para
78,7 milhões de 1992 a 2004,
um crescimento de 28,5%.
Basicamente, o aumento se
deu nas metrópoles, com a
área rural apresentando recuo de 17,5% no período. O
desemprego atingiu mais as
mulheres, com aumento de
107,7% na faixa pesquisada.
Hoje, para que todos os jovens de 18 anos consigam entrar no mercado de trabalho,
seria necessária a criação de
3,5 milhões de novos empregos. O desemprego vem se
mantendo estável na faixa
dos 10%. A situação de pleno
emprego no Brasil seria de
3,5% a 4%, na avaliação do
Ipea, órgão ligado ao Ministério do Planejamento.
O problema, segundo o
instituto, continua sendo a
elevada carga tributária e a
dureza nas regras trabalhistas, o que torna caro e difícil
manter uma extensa folha de
pagamento. O rendimento
dos que mantiveram ou obtiveram um novo emprego teve um ganho real de 8% de
1993 a 2004. Mas de 1998 a
2004 houve uma queda da
renda real do trabalho de
mais de 15% nas regiões metropolitanas. Longe dos conglomerados urbanos, a queda nestes sete anos foi menor, chegando a 7%.
Além do aumento da informalidade, os cortes na indústria explicam a queda nos
rendimentos. A média é de
R$ 1.000 na indústria, contra
R$ 650 no comércio e R$ 520
na agricultura. O setor público lidera -R$ 1.200.
O estudo também salienta
que os problemas do mercado de trabalho vêm causando
a emigração de jovens com
talento e boa formação escolar, apesar de ser um movimento pequeno estatisticamente. "Estamos exportando o filé mignon. É uma coisa
que pode ensejar preocupação no médio e longo prazo",
disse o presidente do Ipea,
Luiz Henrique Proença Soares.
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