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Governo estuda nova MP para reajuste de 5% a aposentados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE
O líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), disse ontem que o Executivo deverá optar por uma nova
medida provisória para garantir o reajuste de 5% dos benefícios previdenciários superiores
ao salário mínimo.
Editada em abril, a MP 291,
que fixou esse percentual, só vigora até hoje, quando completa
120 dias sem ter sido aprovada
pelo Congresso. Na Câmara, a
oposição insiste num índice de
16,7% (o mesmo aplicado ao salário mínimo), e os governistas
não se animam a votar contra a
proposta em ano eleitoral.
Segundo Albuquerque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em reunião anteontem no Palácio do Planalto, que
o aumento negociado com sindicalistas será concedido, embora a Constituição proíba a
reedição, num mesmo ano, de
uma MP não aprovada.
As dúvidas jurídicas têm retardado uma solução. "Como o
governo fez uma negociação
com as entidades e assumiu o
compromisso de dar 5%, evidentemente nós estamos trabalhando para garantir esses
5%. Mas qual o mecanismo eu
não sei. Há dúvidas se pode haver [nova] MP nesse sentido",
disse ontem o ministro Paulo
Bernardo (Planejamento).
Certa mesmo, afirmou o ministro, só a correção das aposentadorias pela inflação. "A lei
prevê que tem que ter reajuste
de pelo menos o equivalente ao
INPC, que foi de 3,14%. Há consenso de que podemos fazer isso por decreto." A solução, para
Albuquerque, será alterar a redação da nova MP -fixando,
por exemplo, um reajuste minimamente diferente de 5%.
O Ministério da Previdência
marcou para hoje uma reunião
com sindicatos que representam os aposentados para discutir o reajuste. O presidente do
Sindicato dos Aposentados da
Força Sindical, João Inocenttini, disse que a categoria quer a
manutenção do acordo. "Se puder ser mais, é claro que vamos
pedir, mas queremos que o governo cumpra o acordo e dê, no
mínimo, os 5%." O secretário
de comunicação do Sindicato
dos Aposentados da CUT, Epitácio Luiz Epaminondas, acredita que o governo criará uma
forma de garantir os 5%. "Baixar o índice o governo não vai, e
também não vamos aceitar."
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