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Comércio deverá vender mais neste mês
Tradicionalmente, as lojas paulistas vendem em agosto 2% a mais do que em julho, segundo a Federação do Comércio
Dia dos Pais não deve ter influência nas vendas; alta virá de gastos com material escolar e com alimentos, após o término das férias
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Agosto deve ser melhor do
que julho para o comércio paulista, considerando o que já se
observa na primeira semana
deste mês, na avaliação da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Fecomercio SP.
A expectativa da Fecomercio
é que as vendas cresçam cerca
de 2% neste mês em relação ao
mês passado, como ocorre tradicionalmente. E essa expansão não será reflexo do Dia dos
Pais, mas dos gastos com material escolar, alimentos e produtos de limpeza, como acontece
sempre após o final das férias.
"Agosto é melhor para o comércio paulista, mas isso não
tem influência do Dia dos Pais,
tanto que, tradicionalmente, as
vendas de artigos de vestuário,
que poderiam ser mais procurados para presentes aos pais,
caem 6% em relação a julho",
diz Altamiro Carvalho, assessor
econômico da Fecomercio.
Na comparação com o ano
passado, segundo estimativa da
Fecomercio, as vendas neste
mês devem crescer entre 3% e
4%, mantendo, assim, o mesmo
percentual de crescimento
constatado no primeiro semestre deste ano em relação a igual
período do ano passado.
"Nos últimos 12 meses, o comércio paulista registra crescimento estável em relação ao
ano anterior. A diferença é que,
em 2005, o crédito puxou as
vendas e, neste ano, é o aumento da renda das classes de menor poder aquisitivo. O aumento do salário mínimo teve impacto no consumo", afirma.
Tradicionalmente, segundo
Carvalho, os supermercados
vendem 3% a mais em agosto
do que em julho, o que deve
acontecer também neste ano,
invertendo o desempenho
ruim do setor registrado no primeiro semestre deste ano -o
faturamento real dos supermercados caiu 2,74% de janeiro
a junho em relação a igual período do ano passado.
Historicamente, segundo levantamento da Fecomercio, as
lojas de departamento vendem
em agosto 2% a mais do que em
julho, e as concessionárias de
veículos, 3,2% a mais. "No caso
dos carros, o que explica esse
crescimento nas vendas é o fato
de as lojas fazerem promoções
para a troca de modelos antigos
por novos", afirma Carvalho.
Na sua avaliação, o comércio
paulista poderia estar crescendo cerca de 8% em relação ao
ano passado, "se as famílias não
tivessem de pagar R$ 70 bilhões de juros por ano por conta das compras financiadas".
Julho foi ruim
A ACSP prevê para este mês
crescimento das vendas entre
4% e 5% na comparação com
igual período do ano passado.
As vendas à vista, medidas
pelas consultas ao Usecheque,
devem crescer cerca de 6,5%,
mesmo percentual registrado
no primeiro semestre deste
ano na comparação com igual
período de 2005.
As vendas a prazo, medidas
pelo número de consultas ao
SPC, devem crescer entre 4% e
5% neste mês sobre igual período do ano passado -mais, portanto, do que cresceram em julho deste ano (2,8% sobre igual
período do ano passado).
"Julho foi pior do que o previsto para o comércio devido à
desclassificação do Brasil na
Copa do Mundo. Neste mês,
com a volta às aulas, a continuidade das liquidações e a reposição de produtos em casa, após o
fim das férias, as vendas devem
subir", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP. "O comércio
faz de tudo para que o consumidor gaste mais também por
conta do Dia dos Pais, uma data
em decadência."
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