São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006

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Comércio deverá vender mais neste mês

Tradicionalmente, as lojas paulistas vendem em agosto 2% a mais do que em julho, segundo a Federação do Comércio

Dia dos Pais não deve ter influência nas vendas; alta virá de gastos com material escolar e com alimentos, após o término das férias


FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Agosto deve ser melhor do que julho para o comércio paulista, considerando o que já se observa na primeira semana deste mês, na avaliação da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Fecomercio SP.
A expectativa da Fecomercio é que as vendas cresçam cerca de 2% neste mês em relação ao mês passado, como ocorre tradicionalmente. E essa expansão não será reflexo do Dia dos Pais, mas dos gastos com material escolar, alimentos e produtos de limpeza, como acontece sempre após o final das férias.
"Agosto é melhor para o comércio paulista, mas isso não tem influência do Dia dos Pais, tanto que, tradicionalmente, as vendas de artigos de vestuário, que poderiam ser mais procurados para presentes aos pais, caem 6% em relação a julho", diz Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomercio.
Na comparação com o ano passado, segundo estimativa da Fecomercio, as vendas neste mês devem crescer entre 3% e 4%, mantendo, assim, o mesmo percentual de crescimento constatado no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado.
"Nos últimos 12 meses, o comércio paulista registra crescimento estável em relação ao ano anterior. A diferença é que, em 2005, o crédito puxou as vendas e, neste ano, é o aumento da renda das classes de menor poder aquisitivo. O aumento do salário mínimo teve impacto no consumo", afirma.
Tradicionalmente, segundo Carvalho, os supermercados vendem 3% a mais em agosto do que em julho, o que deve acontecer também neste ano, invertendo o desempenho ruim do setor registrado no primeiro semestre deste ano -o faturamento real dos supermercados caiu 2,74% de janeiro a junho em relação a igual período do ano passado.
Historicamente, segundo levantamento da Fecomercio, as lojas de departamento vendem em agosto 2% a mais do que em julho, e as concessionárias de veículos, 3,2% a mais. "No caso dos carros, o que explica esse crescimento nas vendas é o fato de as lojas fazerem promoções para a troca de modelos antigos por novos", afirma Carvalho.
Na sua avaliação, o comércio paulista poderia estar crescendo cerca de 8% em relação ao ano passado, "se as famílias não tivessem de pagar R$ 70 bilhões de juros por ano por conta das compras financiadas".

Julho foi ruim
A ACSP prevê para este mês crescimento das vendas entre 4% e 5% na comparação com igual período do ano passado.
As vendas à vista, medidas pelas consultas ao Usecheque, devem crescer cerca de 6,5%, mesmo percentual registrado no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período de 2005.
As vendas a prazo, medidas pelo número de consultas ao SPC, devem crescer entre 4% e 5% neste mês sobre igual período do ano passado -mais, portanto, do que cresceram em julho deste ano (2,8% sobre igual período do ano passado).
"Julho foi pior do que o previsto para o comércio devido à desclassificação do Brasil na Copa do Mundo. Neste mês, com a volta às aulas, a continuidade das liquidações e a reposição de produtos em casa, após o fim das férias, as vendas devem subir", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP. "O comércio faz de tudo para que o consumidor gaste mais também por conta do Dia dos Pais, uma data em decadência."


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