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RECEITA ORTODOXA
FMI critica controle argentino de preços e sugere alta de juro
DE BUENOS AIRES
Em seu relatório anual sobre a economia argentina divulgado ontem, o FMI (Fundo Monetário Internacional)
criticou a política do governo
Néstor Kirchner para combater a inflação. Para o organismo, os controles de preços são instrumentos que
trazem "somente benefícios
temporários" e instou que o
país os elimine "o quanto antes possível".
O Fundo repetiu sua receita clássica ao país vizinho para segurar a alta dos preços:
recomendou que o governo
aumente a taxa de juros e que
promova a flutuação do câmbio (em outras palavras, permita que o peso se valorize
diante do dólar) para baixar
as expectativas inflacionárias. Segundo o FMI, as pressões para a alta de preços estão emergindo cada vez mais,
e não desaparecendo.
A inflação fechou julho em
0,6%. No acumulado do ano,
a alta de preços foi de 5,5%,
contra 7,2% do mesmo período de 2005. No ano passado, a taxa foi de 12,3%, o dobro da de 2004.
"Preços reprimidos nas indústrias reguladas, acordos
seletivos de preços e restrições das exportações eventualmente exacerbarão os limites da capacidade em setores chave e minarão o clima
de negócios", diz o FMI.
O Fundo também afirmou
que o país vizinho precisa
melhorar o clima de negócios e estimular investimentos em áreas estratégicas para evitar gargalos que segurem "o forte desempenho"
da economia argentina. Foi
uma referência uma possível
crise energética argentina.
Segundo analistas, a capacidade de abastecer indústrias
com gás e energia elétrica está próxima do limite. O governo nega que o país corra
riscos de colapso energético.
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