São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nos EUA, TV com tubo tem os dias contados

Gary Gardiner - 30.mar.06/Bloomberg News
Vendedor da rede Best Buy mostra aparelhos de TV a consumidoras em loja de Ohio, nos EUA


ERIC A. TAUB
DO "NEW YORK TIMES"

O tubo pesado e gordo -o padrão da tecnologia de TV por mais de 60 anos- está caminhando para o lixo da história muito mais rápido do que o esperado.
Neste ano, o número de aparelhos de TV nos EUA que usam tubos de imagem caiu drasticamente e deve cair ainda mais até o ano que vem. "Após as festas de final de ano, os dias das TVs com tubos de imagem serão história. Daqui a um ano não as venderemos mais", disse Geoff Shavey, comprador de TVs da rede varejista Costco. De 2005 para cá, ela já reduziu a oferta de modelos com essa tecnologia de dez para três.
Ao invés do tubo, a Costco e outros varejistas vendem cada vez mais TVs de plasma e cristal líquido, que são mais caras que os modelos tradicionais. Mas os preços dos dois novos modelos continuam a cair: uma TV de plasma de 42 polegadas pode ser comprada por menos de US$ 2.000, e os modelos menores terão em breve preços próximos ao de seus equivalentes com tubos.
Shavey disse que a TV de cristal líquido de 32 polegadas já está disponível a US$ 700 nas lojas da Costco, muito perto do preço de similar com tubo. Mas ele acrescenta: "A demanda pelos tubos de imagem está muito menor do que era há um ano".
Um dos maiores apelos das novas TVs é o design, que leva as mulheres a trocar suas TVs antigas pelas mais arrojadas, diz Mike Vitelli, vice-presidente da rede de lojas de eletrônicos Best Buy.
"Pela primeira vez na história, as mulheres se importam com a TV que entra em sua casa", disse Vitelli. "Os homens não estão apenas tendo permissão para comprar os modelos de tela plana -estão sendo orientados a fazê-lo." Em breve, disse ele, a Best Buy venderá as TVs com tubo em apenas parte das lojas.
As empresas de eletrônicos também querem deixar de trabalhar com os tubos, em parte porque as margens de lucro caíram muito e as novas TVs têm margens muito maiores.
"O fim dos tubos de imagem está chegando muito mais rápido do que qualquer um imaginava", disse Randy Waynick, vice-presidente da Sony. A empresa, que oferecia dez modelos com tubo há dois anos, reduzirá esse número a dois em 2007, ambos com tela grande.
Mesmo se as margens de lucro fossem maiores, a tecnologia de tubo seria inapropriada para um mercado que deseja telas cada vez maiores. Os modelos de tubo eram fabricados com tela de até 40 polegadas de largura, mas tinham o tamanho final de um bebê elefante, às vezes pesando dezenas de quilos e metros de profundidade.
A Panasonic está saindo do mercado de tubo completamente. Há um ano, a empresa oferecia 30 modelos de tubo nos EUA; agora, vende apenas um, de 20 polegadas. "Este ano será o último com TVs com tubo de imagem da Panasonic", disse Andrew Nelkin, vice-presidente da empresa.
A Toshiba reduziu seus modelos com tubo para 13 -de 35 no ano passado- e espera que o número seja "significativamente reduzido" em 2007, disse Scott Ramirez, vice-presidente de marketing. "Depois de 2007, trabalhar com o tubo será difícil para qualquer empresa."
Os aparelhos de tubo representaram 78% do mercado em 2004, mas responderá por apenas 54% neste ano, segundo números do setor. No mesmo período, as vendas de telas planas pularam de 12% do total para esperados 37% neste ano.
A ascensão dos modelos de tela plana sinalizam outra enorme mudança na indústria: a troca das telas quadradas pelas retangulares. A grande maioria dos novos modelos é fabricada sob uma forma de tela alongada que permite aos filmes preencherem a tela toda ou quase toda. Mais séries de TV estão sendo produzidas para esse formato retangular, e os consumidores estão ficando mais acostumados com ele, dizem executivos do setor.
Novas tecnologias raramente substituem inteiramente suas predecessoras, e as TVs de tubo ainda estarão disponíveis. Mas em lojas mais populares e fabricadas por marcas menores, como Funai, Sylvania e Emerson.


Texto Anterior: Câmbio provoca demissão e afeta balança de eletrônicos
Próximo Texto: Receita ortodoxa: FMI critica controle argentino de preços e sugere alta de juro
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.