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CVM quer criar divisão para apurar vazamentos
Presidente da entidade envia proposta à Fazenda
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários),
Maria Helena Santana, disse
ontem que encaminhou ao Ministério da Fazenda uma proposta de criação de uma superintendência específica para
tratar de processos de vazamento de informação.
Hoje, a condução desses processos mobiliza equipes da área
de fiscalização e de diferentes
partes da CVM, que muitas vezes têm de conciliar as investigações com seus trabalhos de
rotina, o que atrasa a conclusão
dos inquéritos.
No domingo, a Folha publicou reportagem em que mostra
que a CVM pleiteia a contratação de mais de cem pessoas. O
superintendente de Planejamento, Roberto Dias, reconheceu que há uma preocupação
da CVM de "perder terreno"
diante da evolução do mercado.
De acordo com a presidente
da CVM, a proposta de criar essa nova superintendência surgiu a partir de um estudo encomendado a uma consultoria
americana, que encaminhou os
resultados antes dos indícios
de vazamento na venda da Suzano para a Petrobras.
Por conta desses indícios, a
CVM e o Ministério Público
Federal conseguiram liminar
na Justiça que bloqueou as
operações de venda de ações de
um gestor e de uma empresa
estrangeira. Juntos, eles lucraram R$ 1,5 milhão com a negociação dos papéis no dia do
anúncio da transação.
O administrador independente de carteiras Antonio
Carlos Reissmann e a empresa
uruguaia Vailly S.A. seriam os
dois investidores investigados
pela CVM, segundo reportagem do jornal "O Globo".
Reissmann é ex-sócio da corretora Exata, extinta em 2000.
Atua operando recursos próprios e de terceiros numa mesa
de clientes do Banco Fator, no
Rio. O Fator informou que apenas cumpre as ordens de compra e venda de ações de Reissmann e que a responsabilidade
das transações é dele. Há quatro anos ele mantém a parceria
com o Fator.
Procurado por intermédio de
seus advogados, Reissmann pediu que a reportagem ouvisse o
Fator. O banco, por sua vez,
disse não ter relação com o caso. O gestor não foi localizado
em sua casa, no Rio.
Reissmann já foi alvo de outros dois inquéritos na CVM.
Um deles por atuação irregular
de agente autônomo (intermediário que busca clientes para
as corretoras), em 1998, quando era sócio da Exata. Foi condenado a uma advertência.
É citado em outro inquérito
que apura "eventuais irregularidades" em negócios no mercado de ações realizados pelo
fundo de pensão da CEB (Companhia Energética de Brasília)
entre 1999 e 2001.
A CVM e o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro,
que propuseram a ação, não
confirmaram os nomes dos envolvidos. Afirmam que a ação
corre em segredo de Justiça.
TCU
O TCU (Tribunal de Contas
da União) poderá investigar a
compra da Suzano Petroquímica pela Petrobras. A pretexto de
proteger o contribuinte de um
eventual prejuízo na operação,
o tribunal aprovou a realização
de estudo preliminar sobre
uma futura investigação a respeito da compra de ações pela
estatal.
"A vultosa soma envolvida na
operação justifica a pronta
atuação desta casa", escreveu o
ministro Augusto Nardes, autor da proposta no TCU.
A Comissão de Minas e Energia da Câmara aprovou um requerimentos de convite, sem
data, para integrantes do Executivo explicarem a compra da
Suzano pela Petrobras.
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