São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS -guilherme.barros@uol.com.br

Empresário mantém investimento mesmo com juro alto, diz Bradesco

Apesar da alta da inflação nos últimos meses e da elevação dos juros, o empresário não pretende adiar seus planos de investimento para o Brasil. A conclusão consta em estudo interno mensal feito pelo Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco com 1.600 indústrias no país.
Nos últimos meses, o banco perguntou aos empresários se os planos de investimento seriam afetados se o Banco Central subisse a taxa básica de juros até 15,25%.
A pesquisa constatou que, a cada mês, os juros afetam menos os planos de investimento. Em julho, 52,6% dos empresários responderam que seus planos não seriam afetados ou sofreriam leves ajustes. Só 24,6% disseram que os investimentos terão quedas acentuadas.
Para o economista Octavio de Barros, diretor do Departamento Econômico do Bradesco e coordenador da pesquisa, esse resultado mostra que a cabeça do empresário mudou bastante nos últimos três anos. O banco realiza esse levantamento desde 2005.
"Nesses últimos três anos, o empresário mudou a leitura que faz do país", diz o economista. "Tanto o empresário brasileiro como o estrangeiro que opera no Brasil vêem o país como uma potência regional e global."
A constatação de que o empresário não pretende alterar seus planos de investimentos, apesar da alta dos juros, também significa, na opinião de Octavio de Barros, que o empresário tem hoje uma imagem mais positiva do Banco Central em relação a outros tempos.
"É como se o empresariado já contasse com a competência do Banco Central para superar esse ciclo inflacionário, apesar da desaceleração prevista para o crescimento do PIB no ano que vem", diz. "O empresário sabe que o único elemento de instabilidade que pode afetar, hoje, os seus planos é a inflação sair do controle."
Diante dessas constatações, Octavio de Barros está convicto de que o atual aperto monetário não provocará o mesmo impacto nos investimentos do ciclo inflacionário 2004/2005.

Cidades brasileiras precisam criar identidade, diz arquiteto

O arquiteto americano Chien Chung Pei, que participou do projeto da pirâmide de vidro no museu do Louvre, desenhada por seu pai, I.M. Pei, em Paris, diz que as cidades brasileiras não só precisam criar infra-estrutura para atrair turistas mas devem encontrar um ícone arquitetônico ou cultural que as represente. Pei veio ao Brasil para participar do seminário Architectour SC 2008, sobre revitalização urbana e turismo. Confira trechos da entrevista.

 

FOLHA - De que modo a arquitetura pode ajudar as cidades a desenvolver o turismo?
CHIEN CHUNG PEI
- Existem duas maneiras de fazer isso. A primeira é fornecer a infra-estrutura adequada, com hotéis, transporte público, restaurantes e oferecer lugares para aonde o turista possa ir, como museus. A segunda é providenciar uma imagem arquitetônica ou cultural que represente a cidade, como é o Carnaval no Rio e a arquitetura do Guggenheim em Bilbao, que são identidades marcantes para esses lugares.

FOLHA - No Brasil, muitas cidades turísticas não têm estrutura urbana. O que deve ser feito nesses lugares?
PEI
- É importante para o turismo brasileiro tornar as cidades interessantes. O Rio é o lugar mais conhecido, mas outras cidades precisam descobrir atrativos. Não se trata só de arquitetura, mas de identidade.
PREVISÕES FUTURISTAS

O consultor Alvin Toffler, autor do best-seller "Choque do Futuro", vem ao Brasil para dar uma palestra a executivos na Conferência Vision América Latina 2008, promovida pela Serasa e pela Experian, entre os dias 21 e 24, na Praia do Forte, na Bahia. O tema do debate será "Futurismo Globalizado: Tendências, Cenários e Previsões". Além de Toffler, participarão do evento o escritor Phil Rosenzweig, autor do livro "Derrubando Mitos", e o economista Paulo Rabello de Castro.

GUARDA-ROUPA

As vendas da marca Hering cresceram 72,6% no segundo trimestre com a ampliação dos produtos de preços mais baixos e com novas 40 lojas em um ano. "Em pesquisa no final de 2006, perguntamos aos consumidores a razão para não comprarem mais produtos da marca. Uma delas era o preço. Eles diziam que a Hering ficou cara", diz Fabio Hering, presidente da empresa. Desde a coleção verão 2007/ 2008, a marca intensificou a oferta em faixas de preço que geram mais volume de venda. O faturamento do grupo, que reúne Hering, Puc e Dzarm, fechou junho com avanço de 46,5%.

CHAVE NA MÃO
O banco Santander e a incorporadora Trisul assinaram na última sexta-feira uma parceria para financiamento imobiliário. O banco vai conceder R$ 1 bilhão de crédito para os compradores das quase 7.000 unidades que serão comercializadas pela incorporadora em cidades como São Paulo, Cotia, Ribeirão Preto e Franca.

ELÁSTICO
A Rhodia, indústria química e têxtil francesa, investiu 2 milhões em três anos para desenvolver o Emana, fio criado para roupas esportivas e lingeries que, segundo a empresa, ajuda a retardar a fadiga muscular e melhora a elasticidade da pele. As primeiras peças serão exibidas nesta semana, no Salão de Lingerie, em SP.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e MARINA GAZZONI



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