São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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Petróleo e cobre puxam queda das commodities

Receio de desaceleração global reduz a demanda

DA BLOOMBERG

O cobre e o petróleo bruto têm puxado a queda das commodities, causada pelo receio de que a desaceleração do crescimento da economia mundial vá reduzir a demanda por matérias-primas.
O cobre registrou uma das maiores quedas semanais desde março, o petróleo bruto recuou para seu nível mais baixo em comparação a seus preços de fechamento desde maio e a prata alcançou sua menor cotação desde janeiro.
O PIB (Produto Interno Bruto) da Itália encolheu no segundo trimestre, contrariando o previsto. A economia do Japão provavelmente sofreu uma contração no período de três meses encerrado em junho.
"As pessoas estão entendendo que poderemos ter pela frente dois ou três trimestres difíceis", disse Christoph Eibl, co-gestor de mais de US$ 1 bilhão em commodities na Tiberius Asset Management, na Suíça. "As commodities industriais não terão desempenho superior à média."
De acordo com o Índice UBS Bloomberg CMCI de 26 matérias-primas, as commodities avançaram por seis anos consecutivos, impulsionadas pela demanda por parte da China, o maior consumidor mundial de metais. O Índice Reuters/Jefferies CRB de 19 commodities subiu 29% no primeiro semestre -a maior alta desde 1973.
O preço do barril de petróleo chegou ao seu menor nível desde 1º de maio na Bolsa Mercantil de Nova York. A cotação do produto caiu 4,02% na sexta, para US$ 115,20. Em Londres, o barril terminou a semana valendo US$ 113,33, queda de 3,84% em relação ao dia anterior. Desde o seu pico, no início de julho, o preço do barril já recuou US$ 30,09 em Nova York.
A valorização do dólar reduziu a atratividade das commodities como investimento de proteção cambial. O euro despencou para sua menor cotação dos últimos cinco meses em relação ao dólar, uma vez que os operadores reduziram suas apostas de que o BCE (Banco Central Europeu) elevará as taxas de juros, após tê-las mantido inalteradas na sexta-feira, diante da desaceleração da economia da zona do euro.
O petróleo bruto deverá cair de novo nesta semana, em meio à fragilização da demanda causada pela desaceleração da economia mundial, segundo mostra pesquisa da Bloomberg News. Dos 35 analistas consultados, 37% deles disseram que os preços do combustível vão cair até o dia 15 deste mês.
O cobre para entrega em três meses recuou US$ 223, ou 2,9%, para US$ 7.442 a tonelada na Bolsa de Metais de Londres (LME). Os preços diminuíram 12% desde junho.
Dez dos 19 analistas e operadores consultados na quarta e na sexta-feiras previram que o cobre recuará nesta semana. Oito previram aumento e um permaneceu neutro.
O ouro caiu para US$ 860,25 por onça, sua maior baixa de oito semanas em Londres, empurrado por especulações de que a alta do dólar vai estimular vendas da parte dos investidores que compraram o metal como investimento alternativo à queda anterior do dólar.
Alumínio, níquel, estanho, chumbo e zinco também caíram. "Todo o setor de commodities está fraco, do petróleo bruto até os metais industriais", disse Eugen Weinberg, analista de commodities do Commerzbank AG.


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